Cartão-ponto
Reitoria quer reabrir sindicância contra médicos acusados de fraude
O processo administrativo disciplinar aberto pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) contra os 14 médicos acusados pelo Ministério Público (MP) de fraudar cartões-ponto no Hospital Universitário (HU) em 2007 pode ser reaberto. A sindicância interna que tratou do caso na época foi desarquivada ontem, a pedido da reitora Nádina Moreno. Na época, apenas três médicos sofreram punição, no caso uma repreensão. Os outros foram absolvidos.
Ela explicou que pediu à procuradoria jurídica da UEL para apurar a possibilidade de reabertura do processo. O caso foi classificado como atípico pela reitora. "Como já foi aplicada a pena, não sei se podemos reabrir o processo. Esse é o primeiro caso do tipo na nossa administração", explicou.
As mais de 3 mil páginas do processo devem ser lidas até o final da semana, prazo estimado para a conclusão da análise. "Quero saber se cabe ou não outras sanções, como nos pagamentos dos salários", disse Nádina. Segundo o MP, o prejuízo aos cofres da UEL passa dos R$ 26 mil.
Estudantes do último ano de Direito da Universidade Estadual de Londrina (UEL) tiveram de pedir desculpas publicamente após a divulgação de um vídeo no qual ofendem clientes do Escritório de Aplicação de Assuntos Jurídicos (Eaaj). O setor oferece apoio jurídico gratuito à população, principalmente a de baixa renda.
Na gravação audiovisual, os acadêmicos fazem uma paródia da música Show das Poderosas, da cantora Anitta. Eles satirizam quem procura os serviços do Eaaj, afirmando que estes "nunca tomam banho" e "têm bafo".
De acordo com a reitora da UEL, Nádina Moreno, o caso foi investigado em uma sindicância. A punição aos estudantes foi a retratação e a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), no qual eles garantem que o fato não se repetirá. "É como um cartão amarelo. Eles sabem que serão punidos se houver reincidência", explicou Nádina. Entre as punições está a expulsão da UEL.
Histórico
Esta não é a primeira vez que estudantes da UEL causam polêmicas na internet. Em 2005 dois residentes do Hospital Universitário (HU) chamaram uma servidora de "macaca de 15 arrobas" e as grávidas atendidas de "prenhas nojentas" em uma rede social.
Três anos depois foram veiculados vídeos de formandos entrando no pronto socorro do HU com bebidas alcoólicas, alguns claramente embriagados, fazendo "apitaço" e soltando fogos de artifício. Em 2012, a retirada de um peixe do estômago de um paciente foi filmada por alunos e publicada na internet sem autorização.
Nádina Moreno classificou essa exposição do HU como "horrível". "Sabemos que hoje não se tem controle sobre o que é filmado e publicado na rede. Mas a acessibilidade não pode ser desculpa para esse tipo de conduta condenável, não justifica essas atitudes de extremo mau gosto." O diretor do Eaaj, Márcio Barbosa Zeneri, está de licença médica e não foi localizado pela reportagem.
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