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Os 21,7 mil alunos de graduação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que retornam às aulas na próxima segunda-feira, dia 30, irão encontrar alguns serviços paralisados. Após 57 dias de greve dos servidores técnico-administrativos, o atendimento nos três Restaurantes Universitários (RUs) e no setor de transportes continua paralisado.

O Sindicato dos Trabalhadores do Ensino do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest) definiu ontem, em assembléia geral, que irá aguardar uma proposta concreta de reajuste salarial à categoria. Os cerca de 60 servidores reunidos não cogitaram o fim da mobilização.

"O governo federal ainda não apresentou uma proposta de tabela salarial. Só existem simulações de tabelas. Seriam necessários R$ 9 bilhões para um reajuste nacional aos 150 mil trabalhadores técnico-administrativos", afirma o presidente do Sinditest, José Carlos Belotto. A simulação foi apresentada na sexta rodada de negociações entre o governo e o comando de greve nacional, realizada no último dia 20.

Uma nova reunião com o governo federal acontece amanhã, em Brasília, onde são esperados cerca de 3 mil servidores. Mesmo que uma proposta seja apresentada, Belotto diz que a greve não se encerra automaticamente. "A proposta terá de ir para uma rodada de avaliação. A Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores de Universidades Brasileiras) irá remetê-la para as bases avaliarem. Irá levar, pelo menos, mais uns dez dias", afirma Belotto. Segundo a Fasubra, 46 instituições federais estão em greve em todo o país.

O reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior, acredita que a greve não afeta o início das aulas. "Não vejo grandes dificuldades porque a universidade está funcionando normalmente. Só não estão funcionando os RUs e o setor de transportes", diz. "Esta é a fase final de greve, em que as categorias estão negociando em Brasília." Para o reitor, a paralisação gerou mais transtornos ao Hospital de Clínicas da UFPR. No dia 22 de junho, os servidores do HC voltaram ao trabalho. Segundo Moreira, de dez a 12 grevistas que atuam em unidades de emergência do hospital estão sendo processados pela falta ao trabalho.

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) apóia o Sinditest e defende o direito à greve. O secretário-geral do DCE, Adrian Cristian, opina que o movimento grevista foi marcante na universidade. "Acho que sempre tem repercussão. Afinal, os servidores são uma classe dentro do quadro da UFPR. Problema sempre vai dar, senão não tinha motivo para fazer greve." Segundo ele, a ação que mais prejudicou os estudantes foi o fechamento dos Restaurantes Universitários, que servem cerca de 4 mil refeições diárias ao custo de R$ 1,30.

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