Na Escola Municipal Prefeito Eurípedes de Siqueira, no Jardim Paraíso em Almirante Tamandaré, todos os professores, do 1.º ao 5.º ano, utilizam o jornal como recurso pedagógico. Além de ser utilizada em todas as áreas do conhecimento, a mídia impressa também desempenha papel importante no desenvolvimento dos projetos. Exemplo disso é o trabalho realizado pelas professoras Nilcélia Gonçalves Rosa e Ruth Zocatelli, do 2º ano. A Gazeta do Povo é leitura diária, dos pequenos aos grandes. A escola participa do Ler e Pensar por meio do patrocínio da Votorantim Cimentos e Instituto Votorantim. “
Além de disponibilizar o jornal para as crianças, nós também temos acesso à informação, pois nos intervalos aproveitamos para ler e ficar por dentro do noticiário. Dessa maneira, quando encontramos uma reportagem pertinente para trabalhar com a turma, reservamos, para na sequência desenvolver um plano de aula, colocando todos em contato com a mídia. Assim, abordamos diversas temáticas utilizando o conteúdo do jornal”, conta Nilcélia.
Parque do conhecimento
Um dos assuntos abordados esse ano foi o Passeio Público, localizado na capital paranaense. Com base na matéria “Os 130 anos de história do Passeio Público”, publicada em maio na revista Haus, as professoras deram início a uma série de atividades. A primeira delas envolveu uma verdadeira exploração do jornal. “Desenvolvemos o trabalho com gêneros textuais, incentivo à leitura e escrita, promovemos momentos para expressão da oralidade e ampliação vocabular. De quebra, houve um despertar da criticidade, pois o assunto lido era relacionado com a realidade vivenciada pelos alunos.
Além de dar à turma a oportunidade de conhecer sobre a história do mais antigo parque de Curitiba, identificamos a fauna e flora existentes e reconhecemos o mesmo como um espaço público de lazer”, acrescenta Nilcélia. Então, a turma elaborou cartazes e construiu um mural externo sobre o que aprenderam, rico em desenhos e produções textuais. “Um dos principais resultados foi a questão da oralidade. Eles ainda estão em fase de alfabetização, mas sentimos uma melhora significativa no interesse pela leitura.”
A professora relata que infelizmente não conseguiu organizar uma visita ao local por questões de transporte. “Brinco que trouxemos o Passeio para a sala de aula. Mas uma das crianças até comentou que teve a iniciativa de conhecer pessoalmente, com a família. Ela estava muito animada por ver de perto o que havia aprendido. Para nós, isso também é resultado. Atuamos numa região onde o acesso à informação e a espaços como este são bem difíceis”, conclui.
