• Carregando...

O Colégio Estadual do Paraná (CEP), com cerca de 5 mil alunos matriculados nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio, corre o risco de terminar o ano letivo sem que novos representantes do grêmio estudantil tenham sido eleitos. O processo eleitoral, que deveria ter ocorrido na sexta-feira passada, foi remarcado para o dia 20, mas corre o risco de ser novamente adiado. O problema está na falta da homologação das chapas inscritas para concorrer e no desentendimento entre a comissão eleitoral e a direção do colégio.

A instituição está sem representatividade estudantil desde que a atual gestão foi dissolvida, por desistência de seus membros, há cerca de cinco meses. Um Conselho Fiscal foi instituído para assumir o mandato do grêmio estudantil até que uma nova gestão fosse eleita e empossada. Mas até mesmo o Conselho Fiscal foi dissolvido por desistência de seus participantes. "Ninguém responde pelo grêmio hoje. Os estudantes estão sem voz. Houve pressão para que desistissem", diz um dos representantes da comissão eleitoral.

Enquanto isso, candidatos, direção e a própria comissão eleitoral não se entendem sobre o processo de escolha dos representantes. De um lado, estudantes acusam a direção de interferir no processo e contrariar a legislação. "Não há interesse em ter um grêmio atuante. Por isso estão atrasando o processo", diz um dos alunos. Do outro, a instituição se defende que está cumprindo seu "papel social" e é uma das principais interessadas em que a eleição ocorra ainda em 2009.

Os alunos culpam a direção do colégio pelo atraso nas urnas. De acordo com eles, foram feitas reuniões com os pais sem o conhecimento da comissão eleitoral, o que contraria o estatuto da entidade, que prevê apenas autorização por escrito dos responsáveis por estudantes menores de idade. Eles ainda alegam que a equipe pedagógica teria inventado faltas disciplinares graves e impugnado candidaturas sem o conhecimento da comissão eleitoral. A pedagoga responsável por acompanhar tecnicamente o processo foi afastada, e um acordo entre a direção e comissão eleitoral foi feito no início do mês.

A partir daí, as candidaturas só seriam aceitas desde que os responsáveis pelos candidatos menores fizessem a autorização no colégio. "Muitos pais não compareceram. Esta exigência não está no estatuto e temos as autorizações por escrito", afirma um dos membros da comissão eleitoral.

A coordenadora de supervisão pedagógica do colégio, Paula Cristina Cornehl, que agora acompanha o processo eleitoral, diz que houve falsificação em muitas assinaturas e que a maioria dos candidatos tem baixo rendimento escolar, além de pouca frequência. "Diante dessa situação temos de chamar os pais à escola para informar e orientar sobre a vida escolar de seus filhos", diz. Paula ainda informa que, dos 44 candidatos em duas chapas, 3 precisaram ser substituídos porque tinham cometido faltas disciplinares graves, entre elas porte e uso de álcool.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]