Após a trégua da semana passada, os alunos do Colégio Estadual do Paraná (CEP), em Curitiba, retomaram os protestos nesta segunda-feira (19) pela saída da diretora Maria Madselva Ferreira Feiges. As novas manifestações já eram previstas pelos alunos de acordo com depoimentos na comunidade do CEP no site de relacionamentos Orkut.
Os mais de mil estudantes do turno da manhã não entraram em sala. Eles ficaram na frente do colégio usando nariz de palhaço e portando faixas e buzinas. Desta vez, muitos pais de alunos participam do ato. No período da tarde, de acordo com a Divisão Educacional do CEP, as aulas aconteceram normalmente. Do lado de fora, no entanto, uma parte dos alunos continuou o protesto. A demissão da diretora é a principal reivindicação dos alunos, mas a pauta de reivindicações ainda tem outros 24 itens.
A Secretaria Estadual da Educação (Seed) não quis comentar a nova manifestação, afirmando que uma reunião está agendada para quinta-feira (22). Numa nota divulgada no site do governo do estado, a secretaria informou que os alunos receberiam faltas retroativas (a partir de 6 de novembro) e que as aulas deverão ser repostas em calendário especial, com início em 19 de dezembro.
Negociações
Na semana passada, uma reunião para discutir a pauta de reinvidicações reuniu representantes dos alunos, dos pais dos estudantes, do sindicato dos professores, do Conselho de Educação, do Ministério Público do Paraná, do secretário Maurício Requião e da diretora do CEP na Seed. Nem todas as reclamações foram debatidas e, por isso, as necessidade de uma outra reunião.
Entre as poucas conclusões chegadas no encontro, foi definido que a diretora permanecerá no cargo. Além disso, o secretário prometeu que as câmeras instaladas no colégio serão retiradas e que a questão da mudança do processo de escolha da direção do CEP será debatida e encaminhada pela comunidade escolar. A única reivindicação dos alunos atendida foi a promessa de retirar as câmeras do colégio.
Protestos
A onda de protestos no colégio começou no início da semana passada. Desde o início das manifestações, foram afastados dois professores e exonerados quatro funcionários que ocupavam cargos comissionados no colégio. A diretora alegou que as demissões garantem a governabilidade.
"A partir do momento que se posicionaram contra mim, deveriam ter pedido demissão e, como isso não aconteceu, eu preferi afastá-los", argumentou Maria Madselva. A diretora preferiu não informar os nomes dos quatro funcionários.