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VIOLÊNCIA

Alunos são revistados por PMs em salas de aula

Nesta quinta-feira, é aniversário de A., que traz feição de poucos amigos e expressão de quem já foi bem machucado pela vida. Desconfiado e monossilábico, falou apenas duas coisas enquanto era revistado, nesta quarta-feira, pela Patrulha Escolar: "Amanhã faço 13 anos" e "acho isto humilhante". Os policiais militares fizeram revistas em três escolas da zona leste de Londrina, num trecho considerado região de risco, o que se traduz por pobreza e violência.

A ação foi desenvolvida na Escola Estadual Ana Molina Garcia, no Colégio Nossa Senhora de Fátima e no Colégio Estadual Tiradentes. Nos próximos dias, vai se estender por mais 35 unidades. De acordo com o aspirante Woll, da Patrulha Escolar, as revistas surpresa foram solicitadas por 38 das 72 escolas públicas de Londrina, em assembléia geral com os pais, no início deste ano. O procedimento teve início apenas ontem porque a Polícia Militar aguardava autorização da Promotoria da Vara da Infância e Juventude.

Nas revistas, foram apreendidas duas trouxas, cada uma com aproximadamente 10 gramas de maconha, uma faca pequena de cozinha, um projétil calibre 38. Nada em posse de alunos, mas jogado fora das salas de aula. Ao verem a Patrulha Escolar, os jovens trataram de se desfazer do material. Também durante as revistas, três alunos desacataram os policiais e foram orientados pelos policiais militares. De acordo com o aspirante Woll, o comportamento foi registrado pela Patrulha Escolar. "Se ocorrer novamente serão encaminhados para a Delegacia do Menor".

As revistas aconteceram na mesma semana em que um jovem de 15 anos foi apreendido pela Polícia Militar com um revólver calibre 38 em sala de aula. Mochilas, estojos e carteiras foram revirados. Braços e pernas abertos e apalpados. C.G.A., 16 anos, conta que foi revistada por policiais pela primeira vez. Tímida, afirmou que a situação era constrangedora e "preferia não passar por isso", mas achava importante para garantir a segurança.

E., 17 anos, passou por experiências difíceis, com brigas, armas, violência, quando estudava numa escola do Conjunto Cafezal. "Lá eu tinha medo de ir para escola". Hoje, estuda na região leste e afirma que se sente mais seguro com a revista da Polícia Militar.

O aspirante Woll disse as revistas continuarão durante todo o segundo semestre. "Amanhã, estaremos em outras escolas da área central". Ele ressalta que o objetivo é prevenir e orientar para que os estudantes não portem armas nem drogas, principalmente, nas escolas.

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