Alunos e funcionários da Escola Estadual João Gueno, localizada no bairro São Dimas, em Colombo (região metropolitana de Curitiba), realizam um mutirão de limpeza no colégio ao longo dos próximos dias. Na manhã de quarta-feira (3), funcionários da escola que chegavam para o expediente matutino se depararam com as dependências totalmente danificadas por ato de vandalismo. Árvores arrancadas, cercas quebradas, muros pichados e até fezes humanas espalhadas pelos corredores e escadas são algumas das cenas descritas pela pedagoga Tatiana Ferrarini.

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As aulas foram suspensas na quarta-feira. Segundo Tatiana, os estudantes ficaram chocados com o quadro de destruição que encontraram. "Muitas crianças choraram, porque tudo o que tínhamos - as hortas, o vasos, o jardim - eram fruto de muito trabalho por parte de todos", lamenta.

Na manhã desta quinta-feira, as atividades foram retomadas. A escola tem cerca de 500 alunos, de 5ª a 8ª série do ensino fundamental, ensino médio e Educação para Jovens e Adultos (EJA), e promove aulas nos períodos matutino, vespertino e noturno. Segundo Tatiana, todos estão mobilizados para ajudar na recuperação do espaço. "Muitas crianças estão trazendo produtos de limpeza de casa para ajudar", conta. "No fim de semana, devemos restaurar o jardim da escola".

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Ela prefere não falar sobre suspeitos. "Temos até medo de falar qualquer coisa. Vamos deixar o trabalho de investigação com a polícia", diz. Um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Polícia Civil do Alto Maracanã, na mesma cidade, que está responsável pelas investigações sobre o caso.

Falta de segurança

Tatiana conta que trabalha há um ano na escola e que, nesse tempo, não se recorda de ataques de vândalos. "O bairro é um pouco perigoso, às vezes há relatos de ameaças de assalto a professores do período noturno, mas esse tipo de destruição não acontecia", diz. A pedagoga conta que o grupo não chegou a entrar no prédio da escola nem roubar qualquer objeto. "Vieram aqui só para destruir mesmo". Nas pichações que fizeram nas paredes externas do imóvel, os vândalos deixaram mensagens de desafio aos funcionários, como "pega nóis" (sic).

Segundo a pedagoga, a segurança do colégio é precária, já que não há sistema de vigilância eletrônica, nem vigias. "Na verdade não existe sequer um portão. A escola é cercada por grades com telas de arame", conta.

A direção do colégio encaminhou, na tarde de quarta-feira, um ofício à Secretaria de Estado da Educação (Seed), informando sobre a situação e solicitando a presença de um segurança que passe a noite no local. Procurada pela reportagem, a Seed, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que deve comentar a situação da escola e o pedido de reforço na segurança nesta quinta-feira.

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