O senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) desponta como mais provável sucessor do presidente licenciado do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), na presidência do Senado. Ex-governador do Rio Grande do Norte, hoje no segundo mandato como senador, Alves avisou à bancada que está em campanha. Não houve contestação, até porque não há no partido nenhum nome para enfrentá-lo. Pela tradição, e por possuir a maior bancada, cabe ao PMDB presidir o Senado.
Candidato ao cargo tão logo a situação de Renan se deteriorou, o senador José Maranhão (PMDB-PB) foi obrigado a sair da disputa depois de protocolada no Conselho de Ética um pedido de investigação sobre o aumento do patrimônio nos últimos quatro anos. Na declaração de renda entregue à Justiça Eleitoral Maranhão afirma ser dono de um rebanho de 28.290 cabeças de gado, adquirido no Tocantins. A simples suspeita de irregularidade na compra bastou para que desistisse de concorrer ao posto.
Outro cotado para o cargo, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, abandonou o plano diante da reação dos oposicionistas, que não aceitam entregar o comando da Casa a quem mantém estreito relacionamento com o Planalto. Pesa contra ele, também, o fato de ter entregue o cargo, em julho de 2005, ao primeiro-suplente Wellington Salgado (MG).
Assim que começou a se discutir a saída de Renan da presidência, articuladores governistas acreditavam que poderiam impor um nome. No caso, o do senador José Sarney (AP), tido pelo Planalto como o mais confiável para comandar o Senado. A idéia não prosperou há resistências no partido e na oposição.
No cargo desde 12 de outubro, o petista Tião Viana (AC) tem conseguido agradar a colegas de todos os partidos. Mas daí a entregar a presidência ao PT a exemplo do que ocorre na Câmara com Arlindo Chinaglia (SP) há uma grande distância. E o próprio Viana tem sido categórico ao afirmar que não pretende, em nenhuma hipótese, disputar uma vaga que pertence ao PMDB, como maior bancada da Casa.