A amante do pai da menina Lavínia, Luciene Reis, confessou na noite desta quarta-feira (2) ter matado a menina, confirmou o delegado Robson Costa, da 60ª DP (Campos Elíseos), ao RJTV.
A criança, de 6 anos, foi encontrada morta no quarto de um hotel, nesta quarta, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, depois de dois dias desaparecida.
Mais cedo, a Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou as imagens gravadas pelo circuito interno de segurança de um ônibus que mostram a criança acompanhada por Luciene, momentos após o sequestro ocorrido na segunda-feira (28).
Segundo a polícia, as imagens foram captadas por volta das 5h25 de segunda-feira, em um ônibus da linha 15, que faz o trajeto Pantanal - Caxias - São Bento. Na gravação, no entanto, a hora difere, pois não foi atualizada após o fim do horário de verão - iniciando às 6h25.
O delegado Robson Costa já havia pedido a prisão temporária de 30 dias para Luciene, que está na delegacia, aguardando transferência para a carceragem da Polinter. A prisão foi decretada pela 4ª Vara Criminal de Duque de Caxias.
Pena de até 30 anos
Apesar dos indícios, Luciene negava a autoria do crime. Chorando e escondendo o rosto, a suspeita disse: "Não fui eu, não fui eu". O delegado Robson Costa informou que a amante do pai de Lavínia vai responder pelo crime de sequestro seguido de morte. Segundo a polícia, a pena para o delito pode variar de 24 a 30 anos.
A polícia informou ainda que testemunhas do hotel, onde o corpo de Lavínia foi encontrado, reconheceram Luciene. O delegado acredita que a menina teria sido assassinada no dia em que sumiu de casa.
A mãe de Luciene, a aposentada Neide Reis, de 57 anos, afirmou que a filha sempre teve problemas de relacionamento com a família desde quando era criança. No entanto, a mãe ficou surpresa e ainda resiste a acreditar que a filha tenha assassinado a criança de maneira tão cruel.
"O que essa criança tem a ver? Ela [Luciene] também tem filhos, como ela pode ter feito isso? Eu a levo para o conselho tutelar desde os 12 anos, ela fugia de casa e aprontava. Acho que ela tinha algum problema desde criança. Tenho pena do Rony, o pai da Lavínia, ele ajudou muito a Luciene durante o pouco mais de um ano que eles namoraram. Ele inclusive pagava o aluguel dela", declarou a mãe da suspeita.
Pai está em choque, diz advogadaA advogada da família de Lavínia, Adriana Santana, chegou por volta das 17h à delegacia. Segundo ela, o pai da criança, Rony, está em casa, em estado de choque. A mãe da menina está ao lado dele, o consolando, de acordo com a advogada, que mais cedo esteve na casa dos pais da criança.
"A Andréia tem um sistema nervoso diferente do nosso, por ser uma pessoa muito confiante em Deus, muito católica. Neste momento, surpreendentemente, ele está dando apoio ao Rony, inconformada também, óbvio, mas cada um tem sua maneira", disse ela.
R$ 2 mil podem ter motivado o crime
"A ganância foi o principal motivo", diz o delegado, que afirma não acreditar que o pai da menina nem o ex-marido de Luciene tenham envolvimento no crime. Ainda de acordo com Robson Costa, o crime teria sido motivado por dinheiro.
Segundo a polícia, Luciene sabia que o pai de Lavínia tinha cerca de R$ 2 mil em casa, provenientes da venda de um carro. As investigações indicam que, ao entrar na casa da família, a amante teria chamado a atenção da menina e resolveu levá-la para não ser reconhecida. A polícia afirma ainda que ela tinha a intenção de incriminar o ex-marido.
No dia do seu desaparecimento, um vizinho chegou a informar que Rony dos Santos, pai da menina, e Luciene haviam brigado durante a madrugada e que a amante teria ameaçado se matar. Na noite de terça-feira (1º), uma testemunha afirmou à polícia que viu uma mulher arrastando uma criança com as mesmas características de Lavínia em Caxias.
Como foi o caso
Segundo a versão de Andréia Azeredo, mãe de Lavínia, por volta das 3h, Rony teria chegado em casa. A filha acordou, Andréia a levou ao banheiro e depois voltou a dormir. Ela disse que trancou a janela do quarto da criança e a porta de casa, que fica no segundo andar de um imóvel.Às 5h45 ela acordou, como de costume. Não encontrou a filha e viu a porta de casa e a janela do quarto da criança abertas. Rony, neste momento, estava saindo para trabalhar, segundo ela. "Falei pra ele que ela tinha sumido e aí começou o desespero", contou.
Andréia também contou que, antes do marido chegar, ligou para o celular dele dezenas de vezes e em uma delas uma mulher atendeu.
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