O Rio Negro, que banha Manaus, está subindo até cinco centímetros por dia, tendo alcançado nesta quarta-feira (22) 28,46 metros, mais de 23 centímetros acima do medido no mesmo dia no ano da maior cheia já registrada no Amazonas, em 1953. "Tudo caminha para que essa cheia seja a maior dos últimos cinquenta anos", afirma o superintendente do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Marco Oliveira. A média normal da subida do rio Negro nessa época do ano é de dois centímetros por dia.
A medição do nível das águas do rio Negro, feita no principal porto de Manaus, é realizada desde 1902. Desde que começou essa medição, 1953 foi marcado pela maior enchente da história do Estado. Naquele ano, em junho, o mês de pico das cheias dos rios da região atingiu 29,69 metros. A Defesa Civil do Município estima que 3 mil casas sejam atingidas pela cheia na zona urbana de Manaus, além de cerca de outras 200 em comunidades da zona rural. Segundo a assessoria do órgão, os bairros mais afetados pela cheia em Manaus serão São Raimundo, Glória, Matinha, Presidente Vargas, Bariri, São Jorge, São Geraldo, Bairro do Céu e Aparecida, todos nas zonas Oeste e Sul da cidade, circundadas pelo rio Negro.
Está previsto que, até o fim desta semana, sejam removidas pelo menos 350 famílias que moram em áreas de risco, em palafitas sobre igarapés da cidade. Segundo informações da Defesa Civil, serão construídas marombas (assoalho levantado à medida que a água sobe) dentro das casas onde não há risco de submersão total ampliação das obras de pontes de acesso às casas, gerenciamento de abrigos temporário, distribuição de alimentos, água potável e roupas, além de assistência médico-ambulatorial, prevenção contra endemias e epidemias.
Emergência
Os 62 municípios do Amazonas estão há quase um mês em estado de emergência, sendo os mais atingidos os localizados na calha do rio Solimões, como Benjamim Constant, Atalaia do Norte e Tabatinga, distantes mais de mil quilômetros da capital. A Defesa Civil Estadual estima que 34 mil famílias possam ser atingidas pela cheia este ano. Segundo a assessoria da Defesa Civil Estadual, há cerca de 70 mil cestas básicas para serem distribuídas, além de remédios, cobertores, mosquiteiros, colchões e kits de limpeza. O Exército deverá fazer as distribuições, ainda sem data de entrega.
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