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Ambulantes aproveitaram a folga da fiscalização para vender seus produtos na XV de Novembro | Daniel Castellano/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Ambulantes aproveitaram a folga da fiscalização para vender seus produtos na XV de Novembro| Foto: Daniel Castellano/Agência de Notícias Gazeta do Povo

Prefeitura

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Curitiba informou que a Secretaria Municipal de Urbanismo (SMU), responsável pela fiscalização do comércio irregular, manteve profissionais de plantão para trabalhar no feriado. Ao longo do dia, eles estiveram prontos para atender a eventuais denúncias, mas não houve nenhuma em relação a esse tipo de prática.

  • Entre os produtos comercializados pelos ambulantes, estavam chapéus, anéis, pulseiras, óculos e até réplicas de telefone celular
  • Carro da PM passa na frente de ambulante na Rua XV de Novembro, no Centro de Curitiba
  • Até o
  • Garota observa artista que vende seus trabalhos na Rua XV de Novembro, no Centro de Curitiba

Enquanto servidores da Prefeitura descansavam por causa do Dia do Funcionário Público, comemorado nesta segunda-feira (28), os comerciantes de rua foram à luta e mudaram a cara da Rua XV, no Centro de Curitiba.

Num trecho de 220 metros, entre o chafariz que fica em frente à Avenida Marechal Floriano Peixoto e as Lojas Renner, a reportagem constatou ao menos 15 comerciantes com seus produtos à mostra – que incluíam DVDs, bijuterias, bonecas, chapéus, relógios e até réplicas de iPhone. "Não tem fiscalização, então aproveitei para trabalhar", foi a justificativa de todos que conversaram com a Gazeta do Povo.

Entre os vendedores estava a peruana Cheron Ribeiro, que mora em Curitiba há nove anos. "Não sabia que era feriado. Quando descobri, corri para pegar meus produtos e vender aqui na rua", conta. A comerciante, que entrou no ramo por não ter encontrado oportunidades quando chegou ao país, já criou raízes: tem um filho brasileiro de quatro anos. "O movimento não está dos melhores, mas está dando para conseguir algum dinheiro", diz.

O conterrâneo de Cheron, Abel José, de 22 anos, também aproveitava a folga da fiscalização para vender seus produtos. Ele faz viagens entre seu país natal e o Brasil há três anos. "Decidi vir para cá para me aventurar. Não sabia nem que falavam português por aqui", conta ele, que já adquiriu experiência com o comércio de rua por ter trabalhado em estações de metrô em São Paulo. Para Abel, os clientes estavam tímidos nesta segunda-feira, mas, ao longo dos 10 minutos de conversa com a reportagem, foi abordado por cinco clientes que queriam saber o preço dos relógios e bonecas que vendia – conseguiu vender uma por R$ 25.

Em meio a tantos brinquedos e produtos de artesanato, o comerciante Fabrício Roseno se destacava – e não apenas pela latinha de cerveja em mãos. Em seu mostruário, estão "réplicas da melhor qualidade e com preço justo": relógios e óculos a R$ 50, camiseta de time de futebol a R$ 100 e até um iPhone a R$ 250. Em relação à fiscalização da Prefeitura, ele é direto. "É só uma maneira que o governo encontrou para tomar dinheiro da pessoa que mora na periferia", dispara.

Houve inclusive quem aproveitou a falta de fiscais para conseguir dinheiro para ajudar os outros. O "palhaço Cheiroso" trabalha na Rua XV diariamente decidiu tirar a fantasia e, nesta segunda, foi de Luciano Santos para vender balões infláveis com figuras de personagens animados. Dos 50 que trouxe, já havia vendido metade deles por R$ 10 cada. Ele, que tem outros bicos, conta que mantém o hábito de visitar hospitais infantis. "Do dinheiro que consigo com a venda de balões, separo uma parte para comprar brinquedos que dou para crianças doentes. Ser o responsável pelo sorriso delas não tem preço", comenta.

Veja fotos do comércio ambulante na Rua XV

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