O trajeto de Altamira, no Pará, até Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, foi longo, mas depois de 11 horas de viagem, a pequena ariranha da espécie Pteronura brasiliensis chegou a seu destino nessa terça-feira (21): o bichinho é o mais novo morador do Refúgio Biológico Bela Vista (RBV) de Itaipu.
O filhote renova a esperança de reprodução da espécie no estado, onde está ameaçada de extinção – no restante do Brasil é considerada vulnerável, e no mundo, em perigo. O RBV mantém um dos principais programas de reprodução de harpias (gavião-real) da América do Sul, e pretende repetir a experiência com a ariranha.
O desafio, entretanto, é grande, pois a espécie têm uma janela de reprodução considerada curta por especialistas: a idade reprodutiva começa aos dois anos e se estende por dez ou doze anos, porém, poucas ariranhas vivem em cativeiro – aqui no Brasil, são apenas 20; no mundo inteiro, 120.
Cuidados
A ariranhazinha de apenas três meses de idade chegou magra, com apenas 3,5 quilos, mas tem boas condições de saúde. Segundo o médico veterinário Wanderlei de Moraies, por enquanto o animal será mantido no hospital do refúgio para ganhar peso e fazer a transição da amamentação para os alimentos sólidos. Só quando completar dez meses será levado para exposição e visitação. A ariranha integrará o plantel com mais de 363 animais do refúgio, entre mamíferos, aves e répteis.