O deputado estadual Marcelo Freixo (PSol-RJ) informou ontem que vai abandonar o país hoje, com sua família, para um lugar incerto, após receber sete ameaças de morte no último mês. Milícias do Rio de Janeiro estariam planejando assassiná-lo. Na tarde de ontem, Freixo escreveu em seu Twitter que ficará menos de um mês no exterior. "Minha saída é curta. Voltarei logo. É apenas um período necessário para ajustes na minha segurança. Fico menos de um mês", afirmou.
Segundo ele, as denúncias se intensificaram após a morte da juíza Patrícia Acioli, executada com 21 tiros em agosto, quando chegava em casa em Niterói, na região metropolitana do Rio.
Freixo espera que a sua saída possa mobilizar o Estado a combater as milícias: "Não adianta apenas prender. Isso é importante, mas é preciso tirar o braço econômico e territorial desses grupos".
A Secretaria de Segurança Pública do Rio informa que, em quatro anos, 598 pessoas foram presas no Estado por envolvimento com milícias.
CPI das Milícias
Em 2008, Freixo presidiu a CPI das Milícias, que indiciou 225 pessoas, entre policiais civis, militares, bombeiros e agentes penitenciários. Os relatórios produzidos pela comissão auxiliaram as Polícias Civil e Federal em investigações que levaram boa parte destes indiciados para a prisão.
Segundo Freixo, as ameaças não devem ser encaradas como um problema pessoal, mas sim como uma questão de toda a sociedade. "Ou a gente enfrenta e faz agora esse dever de casa contra as milícias ou, como mataram uma juíza [Patrícia Acioli], vão matar um deputado, promotores, jornalistas", disse ele, apontando que em muitas comunidades os milicianos extorquem dinheiro de moradores e de comerciantes e controlam atividades como transporte alternativo, venda de gás e ligações clandestinas de tevê a cabo.
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