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A elevada concentração populacional em áreas urbanas e a falta de planejamento urbano no Brasil têm imposto à sociedade um custo que não tem sido considerado pelo sistema econômico, um deles é o tempo perdido no descolamento casa-trabalho-casa. Esse custo poderia ser maior se incluíssemos as horas perdidas em atividades de lazer, com a família, estudos, perda de produtividade no trabalho, poluição em geral e os acidentes de trânsitos. Desse modo, quando não consideramos esses custos na elaboração de planos que visem melhorar a mobilidade urbana, acabamos favorecendo o transporte individual, porque estamos oferecendo um “subsídio” aos usuários dessa modalidade, e impondo um custo aos usuários de outras modalidades de transporte.

Neste sentido, duas ações são urgentes para a redução do custo da imobilidade urbana. A primeira é internalizar no custo do transporte individual aqueles custos não suportados por seus usuários. A sociedade poderia instituir a cobrança pelo uso das vias urbanas em horários de pico, pelas emissões de gases poluentes, dos custos dos acidentes de trânsito, entre outros. A segunda é investir em alternativas ao transporte individual como o coletivo rodoviário e ferroviário, reestabelecer em Curitiba a integração, aumento das faixas exclusivas para ônibus e bicicletas, construção de ciclovias integradas, renovação e construção de calçamento, entre outras.

No entanto, essas iniciativas devem ser acompanhadas por políticas que promovam à desconcentração espacial do emprego. Segundo o estudo da Firjan, a concentração de empregos em polos, normalmente onde o valor médio do m² do imóvel residencial é muito alto, estimula o surgimento das regiões-dormitório, localizadas na periferia das Regiões Metropolitanas. Assim, as novas áreas destinadas à ocupação urbana deveriam estimular o uso misto, incluindo áreas residenciais, comerciais, serviços privados e públicos, industriais e de lazer, como parques.

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