O presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, disse nesta terça-feira (21), que o uso da segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira é "pré-tragédia" e que se não chover dentro da média nos próximos meses a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) "não terá alternativa a não ser ir no lodo" do manancial, que está com apenas 3,3% da capacidade.
"Eles querem retirar, essa é a proposta da Sabesp, o segundo volume morto, ou seja, a pré-tragédia", disse Andreu sobre o pedido feito pela concessionária para captar mais 106 bilhões de litros da reserva profunda dos reservatórios, que fica abaixo do nível das comportas. O dirigente participou de um debate sobre a falta d'água em São Paulo na Assembleia Legislativa, organizado pela bancada do PT, que faz oposição ao governo Geraldo Alckmin (PSDB).
Ele afirmou que a Sabesp praticamente esgotou os 182,5 bilhões de litros da primeira cota do volume morto, retirada desde maio deste ano, que já captou água da segunda reserva na Represa Atibainha, em Nazaré Paulista, conforme o jornal "O Estado de S. Paulo" revelou nesta terça-feira, e que o uso de uma terceira reserva "tecnicamente será complicado". "Se a crise se acentuar, é bom que a população saiba, não haverá alternativa a não ser ir no lodo."
A Sabesp conta com a segunda cota do volume morto do Cantareira para manter o abastecimento de água até março de 2015 sem decretar racionamento oficial de água. Na semana passada, contudo, conforme o jornal "O Estado de S. Paulo" antecipou, a Sabesp já fala em usar uma terceira reserva profunda do Cantareira, de 162 bilhões de litros. "Há ainda mais 162 bilhões de litros para serem captados, além da segunda reserva", disse a companhia.
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