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Apesar de o período analisado coincidir com as medidas restritivas impostas por governantes, a Unicef diz que ainda é preciso “uma investigação profunda das causas”.
Apesar de o período analisado coincidir com as medidas restritivas impostas por governantes, a Unicef diz que ainda é preciso “uma investigação profunda das causas”.| Foto: Unsplash

De acordo com um estudo divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o percentual de crianças brasileiras analfabetas, de 7 a 9 anos, dobrou entre 2019 e 2022, mesmo período em que autoridades decidiram manter as escolas fechadas como suposta medida de prevenção à crise sanitária causada pelo vírus chinês.

O estudo usou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O percentual de crianças de sete anos de idade que não sabem ler e escrever saltou de 20,5%, em 2019, para 25,2%, em 2020, e continuou subindo até 2022, quando atingiu 40,3%, praticamente o dobro do percentual registrado em 2019.

O nível de analfabetismo de crianças de 8 anos saiu de 8,5%, em 2019, para 20,8%, em 2022. Já o percentual de crianças de nove anos de idade que não sabem ler e escrever saltou de 4,4%, em 2019, para 9,5%, em 2022.

“O período pós-2020 revela um aumento preocupante nas taxas de analfabetismo, especialmente entre as crianças mais jovens, rompendo uma tendência de estabilidade ou ligeira diminuição observada nos anos anteriores”, diz um trecho do estudo.

Apesar de o período analisado coincidir com as medidas restritivas impostas por governantes, que privaram as crianças do acesso à escola, a Unicef diz que “este cenário sugere desafios significativos na educação, exigindo uma investigação mais profunda das causas e das intervenções necessárias para revertê-lo”.

Em 2021, a Gazeta do Povo elencou estudos médicos mostrando que a abertura das escolas não foi fator decisivo para disseminação do coronavírus, e publicou análises de entidades e especialistas em educação alertando para os riscos de se manter as crianças longe das escolas por um longo período.

Além de prejudicar na alfabetização, estudos davam conta, já naquela época, de que crianças e adolescentes fora da escola corriam riscos de serem submetidos à violência ou sofrerem com a insegurança alimentar.

Na época, a Gazeta se alinhou a pediatras e entidades de ensino em uma campanha para a reabertura das escolas, enquanto governadores e juízes insistiam em manter as crianças longe das salas de aulas mesmo com baixíssimo risco do desenvolvimento da forma grave da doença em crianças e adolescentes.

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