• Carregando...
Equipamentos permitirão a análise das águas paranaenses para monitorar a presença de dois tipos de bactérias | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Equipamentos permitirão a análise das águas paranaenses para monitorar a presença de dois tipos de bactérias| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Cuidados

A água imprópria para banho pode provocar vários tipos de doenças, das mais simples às mais graves. A contaminação depende das condições imunológicas e do tipo de contato que o banhista teve com água. Veja quais os principais cuidados a serem tomados e as doenças mais comuns:

Recomenda-se observar as placas de sinalização das condições das águas e não entrar no mar até 48 horas depois de chuvas fortes, que tenham causado alagamentos;

Fique atento: uma placa de sinalização do IAP abrange uma área de 200 metros à direita e 200 metros à esquerda;

A ingestão acidental da água contaminada pode levar a gastroenterites, que causam enjôo, vômito, diarréia e desidratação;

Quando o volume de água ingerido é maior, pode haver contaminação com o vírus da Hepatite A ou com a bactéria que causa a cólera;

O contato com os olhos e ouvidos pode causar conjuntivite, otite e outras inflamações;

A pele pode sofrer com micoses e coceiras provocadas pela quantidade elevada de bactérias em contato com a pele;

Em caso de contato acidental com áreas impróprias é recomendável providenciar uma ducha com água doce e não permanecer com as roupas de banho molhadas.

Fonte: José Luiz Nishihara Pinto, coordenador da Divisão de Vigilância sobre o Meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

Matinhos - Os turistas que freqüentam o litoral paranaense poderão contar com uma análise mais rápida e precisa de balneabilidade nesta temporada. Em funcionamento desde novembro na Floresta Estadual do Palmito, em Paranaguá, o Laboratório de Qualidade de Água do Mar (Laquamar) foi oficialmente apresentado na tarde de ontem, com a proposta de tornar mais rápido o procedimento que, até então, era realizado em Curitiba.

Segundo Franciane Pelizzari, bióloga e coordenadora das atividades – desenvolvidas em parceria pelo governo do estado, a Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (Fafipar) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) – o processo de análise, que demorava pelo menos dois dias para ser feito na capital, passará agora a ser realizado em 18 horas. "Mudamos a metodologia de análise. Ela é mais cara (R$ 22 por amostra), mas há economia no deslocamento das amostras e dos técnicos", diz Franciane.

Os ganhos, no entanto, não se restringem ao tempo e dinheiro economizados. Além de verificar a presença da bactéria Escherichia coli, presente nas fezes de animais de sangue quente, o laboratório tem capacidade para analisar a presença da bactéria Entrecocos, exclusiva dos seres humanos. "Estamos fazendo esta verificação em dez pontos, para criar um histórico de balneabilidade com esta bactéria", diz Francine.

O secretário estadual de Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, explica que a partir da próxima temporada será possível ter indicadores de balneabilidade baseados nas duas análises e que em 2009 o litoral terá a condição da água verificada também em períodos de baixa temporada. "O IAP (Instituto Ambiental do Paraná) procura transferir algumas de nossas atividades para as universidades do litoral. Entendemos que elas estão aqui para isso. O monitoramento ambiental é também uma atividade de pesquisa científica", declara Rodrigues.

O relatório continuará a ser divulgado semanalmente, conforme informou o secretário, mas estuda-se a ampliação da freqüência de coleta de uma para duas vezes na semana em cada ponto.

Estréia formal

O primeiro boletim oficial da temporada, que utilizará o novo método de análise, deverá ser divulgado amanhã, pelo IAP. "Começamos as análises em novembro, para ter um aporte de várias semanas antes de compor o primeiro relatório", diz Franciane. Ela explica que a verificação é feita em 36 pontos de balneários, 6 na Ilha do Mel e 5 entre Morretes e Antonina, incluindo os rios da região.

A balneabilidade é o indicador da qualidade das águas destinadas à recreação de contato primário, como natação e mergulho, e é influenciada por fatores como o volume de chuvas e despejo de material diretamente nas águas dos rios e do mar. De acordo com Rodrigues, as chuvas carregam para o mar esgotos que foram lançados irregularmente nas galerias pluviais, levando a bactéria que indica a presença de coliformes, além de causar o transbordamento do esgoto acumulado em fossas e valetas.

O principal fator de influência para o indicador de balneabilidade, porém, ainda é a ineficiência da coleta de esgoto no litoral. Em Pontal do Paraná, Matinhos, Guaraqueçaba, Morretes e Guaratuba, menos da metade das casas está ligada corretamente à rede de esgoto. De acordo com o gerente em exercício da Sanepar no litoral, Arilson Mendes, o ponto mais crítico de toda a região é Pontal do Paraná, que possuí apenas 404 ligações (cerca de 10% das habitações). "O local está completamente dependente das novas instalações em que estamos trabalhando", afirma. A Sanepar inaugurou, na semana passada, uma nova estação de tratamento no município e pretende intensificar o número de ligações à rede coletora.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]