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Comunicação

ANJ reclama do Judiciário por censura à imprensa

Brasília – O presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Nelson Sirotsky, afirmou ontem, na Conferência Legislativa sobre Liberdade de Imprensa no Brasil, na Câmara dos Deputados, que a principal fonte de censura à imprensa no país hoje é o Poder Judiciário. "Nossa preocupação hoje recai nas formas mais sutis, sofisticadas e, portanto, mais insidiosas", afirmou.

Sirotsky disse que não há mais censura nos seus moldes tradicionais, a censura truculenta, que empastelava jornais, própria das ditaduras declaradas. "Essa censura, essa interferência nos conteúdos da imprensa, tem acontecido de forma geral por ação do Poder Judiciário", afirmou. Para ele, são freqüentes as decisões judiciais que impedem a veiculação de informações, opiniões e conteúdos de interesse público.

Ele lembrou que as decisões são tomadas pelas primeiras instâncias do Judiciário, quase sempre reformadas por recursos, exatamente por ferir a Constituição, que proíbe a censura.

O presidente da ANJ e Diana Daniels, presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa, participaram, no Palácio do Planalto, do ato em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a Declaração de Chapultepec, com dez princípios da liberdade de imprensa. Na cerimônia Lula disse que nasceu "para o mundo político graças à liberdade de imprensa".

"A liberdade de imprensa é a razão pela qual eu cheguei à Presidência da República", afirmou.

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