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São Paulo – Os métodos contraceptivos são recursos muito antigos na história da medicina. Os primeiros a surgir foram os contraceptivos de barreira, há relato do uso desses métodos ainda no Egito Antigo. De lá para cá, os avanços no campo da contracepção foram muitos. O primeiro DIU passou a ser comercializado em 1959 e sua utilização foi bastante difundida na década seguinte. Nos anos 60, foram lançadas as pílulas anticoncepcionais, que representaram uma revolução não apenas no que diz respeito ao controle da fertilidade, mas também em relação ao comportamento sexual da sociedade. Hoje em dia, são muitas as variações de métodos anticoncepcionais disponíveis, alguns muito eficazes e que além da contracepção oferecem ainda uma série de outros benefícios.

Segundo Philip Smith, vice presidente da Shering AG, empresa de pesquisa farmacêutica que produz contraceptivos hormonais, a tendência é de que os anticoncepcionais femininos possam ajudar a evitar doenças como a perda de massa óssea que pode levar causar osteoporose -, artrite reumatóide, câncer colo-retal ou ainda hiperandrogenismo, distúrbio em que a mulher produz hormônios masculinos em excesso. "Segurança, eficácia e benefícios adicionais são os pontos mais importantes para o controle da fertilidade", destaca o especialista.

A ginecologista e professora do núcleo de pós-graduação em Ciências da Saúde da Pontifícia Universidade Católica (PUC), Vivian Ferreira do Amaral, explica que a pílula, as injeções mensais, os adesivos, o anel vaginal e o implante subcutâneo atuam de maneira semelhante no organismo. O que muda é o tipo de absorção. "Esses métodos agem na correção de distúrbios hormonais que podem ser decorrentes de causas genéticas, emocionais ou ambientais. Corrigindo essas disfunções é possível tratar uma série de problemas que afetam as mulheres", afirma.

De acordo com o ginecologista Rosiris Pereira de Andrade, diretor do Centro de Estudos e Pesquisas em Reprodução Humana e Fertilização Assistida de Curitiba (Cerhfac), os anticoncepcionais existentes no mercado já oferecem uma série de vantagens além do controle da fertilidade como, a regulagem do ciclo menstrual, o alívio de sintomas da TPM, redução das cólicas menstruais e diminuição da oleosidade da pele e do cabelo. O uso da pílula anticoncepcional reduz ainda em 40%, 50% dos casos de endometriose, uma das principais causas de infertilidade. "Estudos mostraram que a pílula também ajuda a prevenir câncer de ovário e de endométrio, a impedir gravidez nas trompas e a evitar anemia, já que diminui a quantidade de fluxo menstrual", completa.

Outro método de ação prolongada, que agrega outras funcionalidades, além da contracepção, é o Mirena, um sistema intra-uterino (SIU) que libera diariamente no útero doses de um hormônio similar a progesterona. O SIU reduz o ciclo menstrual ajudando a tratar casos de hemorragia disfuncional. O sistema protege também mulheres que se submetem à reposição hormonal contra o câncer de endométrio.

No entanto, os médicos destacam que para a escolha do contraceptivo é preciso analisar uma série de critérios, como o histórico de saúde da mulher, em quanto tempo ela quer engravidar, se ela fuma e também levar em consideração se a ela está em busca dos benefícios adicionais. "Cada tipo de contraceptivo tem uma função. Todos têm aspectos favoráveis e desvantagens, por isso, cada caso é um caso e deve ser pensado individualmente", adverte Vivian Ferreira do Amaral.

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