O presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), Marcos Knobel| Foto: Divulgação/Conib
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De acordo com um relatório divulgado nesta terça-feira (11) pela Confederação Israelita do Brasil (Conib) e pela Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), o antissemitismo no Brasil aumentou 800% após os ataques do grupo terrorista Hamas contra Israel, em outubro de 2023.

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Segundo dados do relatório, entre 1º de outubro e 31 de dezembro de 2023, foram recebidas 1.697 denúncias, das quais 1.119 resultaram relevantes, um aumento de quase 800% sobre as 125 denúncias consideradas relevantes registradas no mesmo período de 2022 (dentro de um total de 152).

Em novembro de 2023, foi registrado o maior número de denúncias de antissemitismo. De acordo com o relatório, o mês teve 539 registros, um aumento de 638% se comparado com o mesmo período de 2022.

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Os números dizem respeito ao crescimento do antissemitismo pela redes socais. As plataformas com mais registros de casos são Instagram (43%) e Twitter (32%).

Nos meios off-line os registros também apresentaram um crescimento de 85% se comparar os dados de 2023 com o ano anterior.

As informações são coletadas através de um canal de denúncias mantido pelas duas instituições (Conib e Fisesp).

“Me preocupa a construção de uma sociedade beligerante. Por isso, é importante documentar e divulgar esses dados, para que a sociedade não normalize o discurso de ódio. E combater o discurso de ódio é um dos maiores desafios que a sociedade tem”, disse o presidente da Conib, Claudio Lottenberg.

O relatório foi apresentado em um evento no clube A Hebraica de São Paulo. O evento contou com a presença de jornalistas e de líderes da comunidade judaica.

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Para o presidente da Fisesp, Marcos Knobel, “mais do que combater o antissemitismo é importante combater o racismo e a ignorância”. 

“O antissemitismo começa com os judeus, mas não se limita a esse grupo”, completou Knobel.

Posicionamentos controversos do governo Lula

O crescimento das ocorrências é verificado no mesmo período em que o presidente Lula, o governo, o PT e outros partidos da esquerda se recusaram a classificar o Hamas como grupo terrorista. Alguns membros da esquerda publicaram mensagens de apoio à Palestina sem citar o Hamas e repercutiram acusações de genocídio contra Israel.

No início do conflito, além de não condenar os ataques do Hamas, Lula se dispôs a “conversar” com os terroristas para mediar um acordo. O petista também tentou equiparar as responsabilidades do Hamas e de Israel.

No dia 7 de outubro do ano passado, terroristas do Hamas atacaram homens, mulheres, crianças e idosos israelenses, todos civis desarmados, deixando 1.300 mortos.

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Em fevereiro de 2024, ao conversar com jornalistas na Etiópia sobre a reação de Israel contra o Hamas, Lula disse que "o que está acontecendo na Faixa Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.

No relatório, as entidades judaicas dizem que a fala do presidente “serviu, inegavelmente, de aval para as manifestações antissemitas estarrecedoras”.

Veja o relatório completo clicando aqui.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]