A toxina botulínica recebeu aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso no tratamento de enxaqueca. A aplicação será recomendada para a prevenção das crises de dor de cabeça fortes que caracterizam a doença. A toxina botulínica é obtida a partir da bactéria Clostridium botulinum.
A autorização foi concedida em 11 de abril a uma empresa que produz a substância, usada normalmente para enrijecer a pele e conservar a pessoa contra rugas e outros sinais da velhice. O uso cosmético da substância só foi aprovado pelo órgão do governo norte-americano responsável por regular alimentos e remédios (FDA, na sigla em inglês) em 2002.
Agora, as injeções da toxina poderão ser usadas no tratamento de uma doença que se caracteriza por dores de cabeças intensas, normalmente agravadas por fatores externos como luz, esforço físico, ruídos e odores. O paciente pode ter náuseas e vômitos durante as crises.
Estudos já apontavam a eficiência da substância no combate à enxaqueca desde 2006, quando um grupo de cientistas de Taiwan revelaram que o tratamento com a toxina reduzia a frequência e a intensidade das crises em até 60% dos pacientes testados.
Usada há 20 anos em pessoas que sofreram derrames cerebrais (AVC) ou problemas cervicais, a toxina botulínica também é autorizada no Brasil para o tratamento de casos de bexiga hiperativa.
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