São Paulo - O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Raposo de Mello, defendeu ontem medidas contra os serviços de saúde que registraram infecções por micobactérias de crescimento rápido, além da divulgação dos hospitais e clínicas afetados pela epidemia, ação que seria de responsabilidade das vigilâncias sanitárias estaduais e municipais. Também pediu uma revisão dos procedimentos das próprias vigilâncias, para verificação de eventuais falhas que possam ter propiciado as infecções, provavelmente relacionadas à falta de limpeza de materiais cirúrgicos.

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As micobactérias são microorganismos presentes na terra e na água que têm provocado lesões nodulares e de difícil cicatrização entre pessoas que passaram por videocirurgias e procedimentos estéticos. Desde quinta-feira, todos os casos são de notificação compulsória no Brasil.

A agência também divulgou ontem uma revisão do número vítimas das micobactérias no País desde 2001, em que reconhece 2.032 casos suspeitos com 1.937 confirmados. Em 2008, segundo a agência, 59 casos suspeitos já foram informados e 13 confirmados. A Anvisa vinha divulgando antes, em boletins oficiais, um total de 76 casos em 2008.

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"Não há problema em divulgar o nome dos serviços afetados e debater com as unidades. Eu não vejo que trará maior eficácia às ações de vigilância, mas temos de ser transparentes", afirmou Mello ontem ao defender a divulgação dos nomes dos serviços afetados pela epidemia pelas vigilâncias locais.

Em junho deste ano, o ex-diretor da agência, Claudio Maierovitch, havia dito que a divulgação dos nomes poderia levar unidades a esconder casos e que isto deveria ser discutido. Ele deixou o cargo e sua área foi assumida por Mello.

Desde que infecções voltaram a surgir neste ano, parte dos estados, como o Rio Grande do Sul, tem negado informação sobre os serviços afetados.