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Aida Cara no Porto de Paranaguá no ano passado: Anvisa avaliou bem este navio de cruzeiro | Orlando Kissner/arquivo/Gazeta do Povo
Aida Cara no Porto de Paranaguá no ano passado: Anvisa avaliou bem este navio de cruzeiro| Foto: Orlando Kissner/arquivo/Gazeta do Povo

Inspeção

Entre os itens do roteiro de inspeção da Anvisa estavam a água potável, alimentos, depósitos de lixos, promoção da saúde, piscinas e hospital a bordo. Os principais problemas encontrados foram: presença de objetos estranhos na sala de ar condicionado; risco de contaminação cruzada na área de recebimento de alimentos; alimentos fracionados sem identificação; falha no controle de temperatura de alimentos; alimentos fora do prazo de validade; falha no monitoramento dos padrões de potabilidade da água.

A Agência Nacional de Vigilância Sa­­nitária (Anvisa) divulgou ontem um ranking sanitário para os na­­vios atracados na costa brasileira du­­rante a alta temporada – que te­­ve início em novembro de 2011. Se­­gundo o levantamento do órgão, 80% dos 18 cruzeiros visitados es­­tavam em boas ou excelentes condições de higiene.

Na lista dos piores colocados es­­tão: Grand Holiday, Grand Ama­­zon, além do MSC Armonia, que fi­­cou conhecido após a morte de uma tripulante, em fevereiro deste ano.

Fabiana dos Santos Pasqua­relli, 30, teve febre, tosse e foi dia­­gnosticada com pneumonia. A preocupação, logo que saiu o diagnóstico, era de um possível surto de doenças respiratórias agudas envolvendo outros tripulantes e passageiros.

Apesar do problema não ter se alas­­trado, o mesmo navio voltou a ser vistoriado pela Anvisa, no início de março, após diversos relatos de pessoas com gripe.

Dentro do ranking da agência, que também classifica as companhias de A a D, o cruzeiro Armonia re­­cebeu a letra C. Significa que, pa­­ra a Agência, ele apresenta "condições sanitárias satisfatórias (na mé­­dia)", segundo explica o relatório.

Apenas o Grand Amazon recebeu a letra D. Para a Anvisa o navio, de bandeira brasileira, apresentou con­­dições inadequadas, com risco à saúde. Por isso, logo depois da pri­meira vistoria, foi exigido que se tomasse providências e fizesse correções antes de voltar a navegar.

Problemas

Dentre as principais irregularidades encontradas nas inspeções estão: problemas com a alimentação, falha no monitoramento dos padrões de qualidade da água e a presença de objetos estranhos na sala de ar condicionado.

Na alta temporada entre 2010 e 2011, quase 40% dos casos de doença registrados a bordo fo­­ram de diarreia aguda, causada por um vírus geralmente transmitido na ingestão de alimentos contaminados. Outros problemas estavam no controle da temperatura dos alimentos ou nos produtos fora do prazo de validade. "Essa informação apon­­ta para a necessidade de pensarmos em ações específicas de in­­tervenção sanitária para o setor de alimentação dos navios de cruzeiro, pois detectamos uma tendência, ao longo das últimas temporadas, de problemas nesses setores da embarcação", disse Agenor Álvares, diretor da An­­visa.

A Anvisa salientou que todos os navios de cruzeiro que circulam na costa brasileira passam por inspeções sanitárias, realizadas de surpresa. Todas elas se­­guem o mesmo roteiro.

O relatório, divulgado ontem, foi feito a partir da primeira avaliação das embarcações, ainda em no­­vembro. Depois do diagnóstico, os navios fizeram revisões nos problemas levantados e continuaram sen­­do inspecionados periodicamente. O período de temporada dos cruzeiros no Brasil termina no fim deste mês.

Outro lado

Por meio da assessoria de imprensa, a MSC Cruzeiros informa que sempre atuou em conformidade com organismos internacionais, como a IMO (Organização Marítima Internacional), e as agências sanitárias e de saúde dos países onde opera. O grupo Iberostar, do navio Grand Amazon, informou que tomou todas as providências cabíveis ao ser notificada sobre itens que estavam em desacordo com os requisitos operacionais. Em nota, a companhia destacou que as irregularidades eram pontuais e não "implicaram na operação do serviço nem, tampouco, ofereciam qualquer tipo de risco à tripulação e aos hóspedes".

Os grupos Grand Holiday e Grand Amazon foram procurados pela reportagem, mas ainda não se posicionaram sobre o ranking.

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