Tratamentos
Veja os remédios e técnicas disponíveis para o emagrecimento:
Sibutramina
- Age nos neurotransmissores do cérebro reduzindo o apetite e aumentando a sensação de saciedade. Desvantagens: pode causar hipertensão e aumentar a ocorrência de enfartes e derrames em pacientes com histórico de problemas cardíacos.
Anorexígenos
- A anfepramona, o femproporex e o mazindol são indicados, em geral, para quem não responde ao tratamento com a sibutramina e atuam na sensação de saciedade e na inibição do apetite. Desvantagens: podem levar à dependência química e causar efeitos colaterais como hipertensão, palpitações e arritmias.
Antidepressivos
- A fluoxetina e a bupropiona inibem a recaptação de neurotransmissores (serotonina, dopamina e noradrenalina) e levam a uma redução do apetite e à perda de peso. Desvantagens: pacientes recuperam o peso perdido e a fluoxetina causa efeitos colaterais como insônia, náusea, dor de cabeça e tremores.
Xenical
- O remédio reduz a absorção de gordura, bloqueando a ação de uma enzima do pâncreas responsável por "digerir" as triglicérides. O tratamento leva a perda de peso e facilita a queda dos níveis de colesterol, pressão arterial e resistência à insulina. Desvantagens: não controla a compulsão alimentar e causa efeitos colaterais gastrointestinais como diarreia, flatulência e inchaço.
Cirurgia
- Há três modalidades principais de operações para tratar a obesidade. A mais usada é o "by pass", que reduz o estômago e o liga ao íleo, no intestino, impedindo que a maior parte dos alimentos seja absorvida. Também são usadas a banda gástrica, que estrangula o estômago, e o grampeamento.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quer proibir o consumo e venda no Brasil da sibutramina e de outros inibidores de apetite derivados das anfetaminas (anfepramona, fempropox e mazindol). A proposta será discutida em audiência pública em Brasília na próxima quarta-feira. Depois disso, a decisão será tomada pela diretoria da agência. A avaliação da Câmara Técnica de Medicamentos da Anvisa é que o risco potencial à saúde desses produtos supera os benefícios. No caso da sibutramina, a manutenção da perda de peso a longo prazo seria difícil e não compensaria os possíveis danos ao sistema cardiovascular. Já os anfetamínicos trariam riscos pulmonares e ao sistema nervoso central.
Em nota, a Anvisa informa que os inibidores de apetite que contêm sibutramina e os anorexígenos anfetamínicos já foram banidos em diversos países desenvolvidos por serem considerados medicamentos obsoletos e de elevado risco para o paciente.
O cerco à venda de emagredores com sibutramina começou no ano passado. No final de março de 2010, a Anvisa endureceu as regras para prescrição e venda da droga. Desde então, o medicamento só pode ser vendido com receita azul (de controle especial). Com isso, a sibutramina deixou de constar da lista de medicamentos de controle comum e passou a ser classificada como droga anorexígena.
Endocrinologistas que tratam da obesidade estão preocupados com a provável proibição de medicamentos usados para emagrecer. Para eles, a retirada dessas drogas do mercado pode ter duas consequências: a procura por tratamentos clandestinos com sibutramina e o aumento de pessoas em busca de cirurgias de redução de estômago.
Responsável pelo laboratório de investigação em diabete e metabolismo da Unicamp, Bruno Geloneze teme a possibilidade de os pacientes procurarem tratamentos "pseudonaturais". Para ele, a proibição dos emagrecedores "abre uma brecha" muito grande para o mercado clandestino. "Sou francamente favorável à retirada dos anfetamínicos do mercado. Mas não há razão para tirar a sibutramina. Isso só vai aumentar a venda de drogas clandestinas pela internet, contaminadas com derivados anfetamínicos, sibutramina e diuréticos. Além de não serem eficazes, causam muito mais riscos", diz.
A opinião é compartilhada pelo endocrinologista Amélio Godoi Matos, chefe do Instituto Estadual de Diabete e Endocrinologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). "Já convivemos todos os dias com uma série de tratamentos prometendo falsos milagres. Basta abrir a internet. E a Anvisa não tem controle nenhum sobre esses casos", afirma.
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