O Centro de Pesquisas e Estudos Arqueológicos da UFPR (Cepa) completou 50 anos de atividades em 2006. A data redonda foi comemorada à moda da casa com discrição , mas também com uma vitória. Graças a uma parceria da universidade com a companhia Furnas Central Elétrica, a unidade ganhou o restauro e a ampliação que os pesquisadores reivindicavam há pelo menos duas décadas. O valor investido pela empresa está estimado em R$ 250 mil.
Além de melhorias na pintura e no forro, o centro que funciona na cobertura do Edifício D. Pedro I, ao lado da casa de máquinas passou de 120 metros quadrados para 500 metros quadrados, ganhando sala de aula e um espaço museológico, no qual já estão expostas cerâmicas de várias fases.
A atividade em conjunto com Furnas durou 5 anos tempo em que os arqueólogos fizeram escavações nos 272 quilômetros da linha Ivaiporã (PS) a Itaberá (SP). Nos trabalhos, realizados durante três meses por ano, foram localizados 455 sítios com resquícios de ocupação humana, 102.051 peças e a datação mais antiga verificada no estado 9.760 anos, tecnicamente 10 mil anos, tempo estimado para pontas de lança usadas por caçadores-coletores, grupos humanos que não tinham um modo ou um objeto específico de caça.
Os resultados da pesquisa um calhamaço de 300 páginas devem ser publicados neste ano e prometem ser um evento. Além da datação, os pesquisadores da UFPR identificaram métodos de cremação utilizados pelos índios da tradição Itararé. (JCF)