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Aos 75 anos, dona Bia sonha em voar de asa-delta

Detalhe da garrafa de whisky que foi vendida pelo equivalente a R$ 110 mil | Reprodução
Detalhe da garrafa de whisky que foi vendida pelo equivalente a R$ 110 mil (Foto: Reprodução)

Curitiba – Não há quem não conheça a dona Bia no Condomínio Solimões, no bairro Portão, em Curitiba. Ela cumprimenta todos que encontra – embora nem sempre receba resposta – e faz o mesmo quando anda pela rua. Aos 75 anos, ela garante que ser expansiva e feliz é uma das formas de viver mais e melhor. E também tem de ser humilde, completa.

Maria Úrsula Pereira Smolarek nasceu em Barra Velha (SC) e vive em Curitiba há 45 anos. De onde veio dona Bia? Ela conta que um sobrinho, quando criança, não conseguia dizer o seu nome e começou a chamá-la de Bia. Hoje, é assim que ela é chamada por todos.

Dona Bia mora sozinha desde que o marido morreu, em agosto do ano passado. Eles fariam 50 anos de casamento em 10 de setembro de 2006. São três filhos, quatro netos e o terceiro bisneto vai nascer em outubro. Ela lembra que dedicou a vida aos filhos e ao marido, que nos últimos 11 anos teve problemas de saúde e exigiu muitos cuidados. "Sempre fui Amélia", brinca.

Agora, a rotina mudou bastante. dona Bia diz que todos os dias toma chimarrão com as amigas do condomínio, anda muito e passeia com os familiares. "Desde o ano passado, estou dizendo aos meus filhos que quero andar de asa-delta, mas eles não deixam. É a única coisa que ainda não fiz, mas tenho vontade." Esta disposição fez com que dona Bia ultrapassasse a expectativa de vida média do brasileiro, que é de 72,4 anos, segundo a Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem.

A esperança de vida aumentou 3,5 anos de 1996 para 2006, passando de 68,9 para 72,4 anos. As mulheres continuam aparecendo em situação bem mais favorável que a dos homens: 75,8 anos contra 68,7 anos em 2006. No Paraná, esta relação é de 77 para 70,7 anos.

Ranking

No Sul do Brasil, os paranaenses ainda têm a menor esperança de vida ao nascer, 73,8 anos, mas em compensação, o aumento da expectativa de vida no período de 1996 a 2006 foi de 4,09%, o maior índice entre os três estados da região. Santa Catarina apresentou um porcentual de aumento de 3,73% e o Rio Grande do Sul, 3,46%. Abaixo deles, só ficou o Amapá (3,39%) no ranking de todos os estados brasileiros e o Distrito Federal que, seguido de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, tem a maior esperança de vida. O Paraná aparece na sexta posição. Antes dele ainda estão Minas Gerais e São Paulo.

No ano passado, assim como em 1996, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste concentravam as expectativas de vida mais altas.

Por outro lado, os brasileiros que nascem no Norte e, principalmente, no Nordeste, vivem menos. Mas a situação está mudando nestas regiões do país. Os nove estados do Nordeste aparecem no topo da lista dos aumentos de expectativa de vida no ano passado em comparação com 1996. Os porcentuais variam de 5,6% na Bahia até 7,10% em Alagoas e Pernambuco.

Na comparação entre homens e mulheres, a diferença da expectativa de vida vem se mantendo praticamente estável nos dez anos considerados pelo IBGE. Em 1996, a esperança de vida da mulher era 7,2 anos maior do que a do homem. Em 2006, passou para 7,1 anos.

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