O apagão da noite de ontem e da madrugada de hoje, em nove estados e no Distrito Federal, já pode ser considerado um dos maiores da história do Brasil. Na dimensão territorial atingida, se aproxima daquele que é considerado o maior blecaute já registrado no país, que ocorreu em 11 de março de 1999. O apagão de 99 chegou a afetar cerca de 70% do território nacional, em dez estados e no Distrito Federal, além de partes do Paraguai. Cerca de 76 milhões de pessoas ficaram sem luz por pouco mais de cinco horas na virada do dia 11 para o dia 12 de março daquele ano.

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O blecaute de 1999 foi provocado por uma descarga elétrica atmosférica que atingiu a subestação da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), de Bauru, no interior paulista.

Crise energética

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O país também viveu uma grave crise energética nos dois últimos anos do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2001 e 2002. A falta de chuvas no Sudeste do país, que provocou a queda do nível dos reservatórios das hidrelétricas a níveis críticos para a geração de eletricidade, levou o país a ter de adotar um rígido racionamento de energia.

À estiagem somou-se a falta de investimentos na geração e distribuição de energia. O Sul, por exemplo, tinha energia de sobra e não entrou no racionamento; mas não podia mandar o excedente para o resto do Brasil por falta de linhas de transmissão.

O governo FHC determinou a meta de cortar 20% do consumo de eletricidade no país. Se esse porcentual não fosse atingido, a população teria de conviver com cortes forçados de energia. Para estimular a economia de eletricidade, foram estipulados benefícios econômicos para os consumidores que cumprissem a meta e punições para quem não conseguisse.

No fim de 2001, as condições climáticas mudaram, choveu e os reservatórios das hidrelétricas se encheram. O racionamento, então, foi suspenso em fevereiro de 2002.

A crise energética de 2001 e 2002 levou o governo a estimular a construção de usinas termoelétricas – movidas principalmente a óleo – para que o país não ficasse tão dependente da chuva para ter energia. Outras consequências da crise foram econômicas e políticas. A economia do país estagnou-se, Fernando Henrique perdeu popularidade e o então candidato de oposição nas eleições presidenciais de 2002, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, ganhou força para se eleger.

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