Aparecida As ruas de Aparecida, em São Paulo, estão às moscas. Por enquanto. No dia 11 de maio, sexta-feira à noite, o panorama deve mudar com a chegada do Papa Bento XVI. O auge de aglomeração na cidade deve ser registrado no domingo, dia 13 de maio, quando o Papa celebrará uma missa aberta ao público na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, na qual são esperadas 500 mil pessoas.
O santuário, que recebe cerca de 8 milhões de peregrinos por ano, está em reformas desde o ano passado. Segundo Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida, ainda não se tem o número final do quanto será gasto nas obras da Basílica e do Seminário Bom Jesus, onde o Papa passará duas noites. "Até agora calculamos cerca de R$ 4,5 milhões só no Seminário, mas pode chegar a R$ 6 milhões. Na Basílica, ainda não sabemos quanto será o montante. Grande parte desse dinheiro está sendo doada", diz.
Mesmo com a certeza de receber uma multidão, os comerciantes locais não estão muito animados com o evento. "Quando veio João Paulo II fizemos estoque e não saiu muita coisa porque as pessoas ficaram mais atentas às cerimônias. Tenho muito carinho ao Papa, mas para o comércio não será bom", acredita Odécio Abdalla, 69 anos. "Mas só na hora vai dar para saber", completa.
O quarto do Papa no Seminário Bom Jesus, em Aparecida, de 50 metros quadrados, chama a atenção pela simplicidade. O seminário estava sendo restaurado há um ano, mas os trabalhos foram acelerados com a confirmação da vinda de Bento XVI ao local. Os móveis foram feitos por alunos do Senai de São Paulo. Além da cama, mesa, armário e acesso à internet. "Para fazer o quarto do Papa, perguntamos ao Vaticano qual estilo mais o agradaria. Responderam que ele era uma pessoa muito estudiosa, que o luxo não tinha nenhuma importância para ele", explica Ricardo Julião, arquiteto responsável pela reforma.
O Papa também terá uma capela exclusiva para ele, ao lado do quarto, de 30 metros quadrados, com capacidade para cinco ou seis pessoas, ainda em construção. A decoração está sendo feita pelo artista plástico Cláudio Pastro, que trabalha com arte sacra há 30 anos. "Como o Papa é um grande conhecedor da liturgia, precisamos caprichar nos detalhes", afirma.
Como no Mosteiro de São Bento, onde o Papa dormirá nos dias 9 e 10 de maio, o quarto e a capela não poderão ser visitados pelo público até a partida de Bento XVI. "Tomamos essa decisão primeiro por uma questão de segurança. Depois, para preservar o direito de privacidade do hóspede. Não queríamos que ele conhecesse o quarto através da imprensa", argumenta dom Raymundo.
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