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| Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo

Cerca de 77 milhões de recém-nascidos (um a cada dois) não são amamentados em sua primeira hora de vida, afirma um relatório publicado no final de julho pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O primeiro leite materno produzido após o parto reúne uma grande quantidade de proteínas e de agentes de defesa contra infeções, além do contato corporal com as mães ser essencial para proteger as crianças de futuras doenças.

Atrasar o aleitamento materno entre duas e 23 horas após o nascimento aumenta em 40% o risco de morte nos primeiros 28 dias de vida. Atrasá-lo por um dia inteiro ou mais aumenta esse risco em até 80%. Bebês que não são amamentados corretamente têm 14 vezes mais probabilidade de morrer do que aqueles que são alimentados apenas com leite materno, de acordo com o Unicef.

“Se todos os bebês fossem alimentados com nada além de leite materno desde o momento do seu nascimento até os seis meses de idade, mais de 800 mil vidas seriam salvas a cada ano”, afirma France Bégin, assessora sênior de nutrição do Unicef. “O leite materno é a primeira vacina do bebê, a primeira e melhor proteção que recebe contra as doenças”.

Os dados globais mostram que os progressos para se ter um número maior de recém-nascidos amamentados em sua primeira hora de vida têm sido lentos nos últimos anos.

Na África, ao sul do deserto do Saara, onde as taxas de mortalidade de crianças menores de 5 anos são as mais altas do mundo, o aleitamento materno precoce cresceu apenas 10 pontos percentuais desde 2000. Mesmo na Ásia Meridional, onde as taxas de iniciação precoce de aleitamento triplicaram, o aumento está longe de ser suficiente, segundo o Unicef: 21 milhões de recém-nascidos ainda têm de esperar tempo demais antes da amamentação.

De acordo com o relatório, alimentar os bebês com outros líquidos é outra razão para atrasar o aleitamento materno ideal. Em muitos países, o costume de alimentar o bebê com fórmula infantil, leite de vaca ou água com açúcar nos três primeiros dias de vida prejudica a saúde dos recém-nascidos. Quando os bebês recebem alternativas menos nutritivas do que o leite materno, eles também mamam com menos frequência, fazendo com que seja mais difícil para as mães o início e a continuidade do aleitamento.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a amamentação comece na primeira meia hora após o parto e que o aleitamento materno seja exclusivo até o sexto mês e se estenda até os 2 anos ou mais, com a introdução posterior de outros alimentos, como frutas, legumes, verduras e carnes.

Dados de Curitiba

A última pesquisa do Ministério da Saúde é de 2008, com as capitais e o Distrito Federal. A média brasileira à época foi de 67,7% bebês devidamente amamentados.

A média de Curitiba (16ª melhor do país) foi de 71,2%, acima do cômpito nacional. Em 2013, 30 nutricionistas da Prefeitura foram treinadas no programa Amamenta e Alimenta Brasil. Desde então, elas capacitaram 2.999 profissionais de saúde para atuar na orientação de gestantes em 109 unidades de Saúde.

Semana Mundial da Amamentação

A Semana Mundial da Amamentação é comemorada entre 1º e 7 de agosto em 170 países. A data é celebrada desde 1992 por iniciativa da Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (Waba), órgão consultivo do Unicef.

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