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Casas dos moradores da Vila Becker ficam bem próximas aos tanques de álcool do terminal público | Valterci Santos/Gazeta do Povo
Casas dos moradores da Vila Becker ficam bem próximas aos tanques de álcool do terminal público| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

Quatorze famílias retornaram para suas casas, na tarde desta quarta-feira (15), na Vila Becker, em Paranaguá. Desde o vazamento de álcool no Terminal Público de Álcool do Porto de Paranaguá, na tarde de segunda-feira (13), os moradores estavam desalojados por medidas de segurança. Apenas uma casa continua interditada pelo Corpo de Bombeiros.

A medida foi tomada por precaução, mas os Bombeiros e a Defesa Civil já descartaram a possibilidade de incêndios. Na manhã desta quarta-feira uma equipe dos Bombeiros com técnicos da Transpetro utilizaram um equipamento para medir o risco de explosão no local.

Na casa da senhora Helena Ribeiro, de 74 anos, foi detectado um pequeno resquício de álcool que ficou no solo. Helena e o filho poderão retornar a casa somente daqui a três dias. Enquanto isso, eles continuam na casa de outra filha de Helena. O álcool no local não põe em risco os moradores, mas a medida foi tomada por precaução. As outras famílias foram liberadas a voltarem para as casas às 17 horas desta quarta-feira.

Mesmo após 48 horas após o vazamento, algumas pessoas ainda reclamam de dores de cabeça e de náusea, provocadas pelo odor do álcool que vazou.

Reunião

Durante a manhã, os moradores da Vila Becker e representantes da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) se reuniram para tratar da remoção total das 400 famílias da área, que fica ao lado do Terminal Público de Álcool. A Appa apresentou aos moradores a intenção do governo estadual, que é realocá-las para uma área na saída de Paranaguá. As famílias, no entanto, querem uma indenização para sair do local.

Questionamento judicial

Em novembro de 2008, a Justiça Federal acatou ação civil proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) e determinou a suspensão das atividades do terminal. A ação denunciou irregularidades ambientais da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina e nas licenças e autorizações concedidas pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para implantação e operação do terminal de armazenamento, embarque e desembarque de álcool. Segundo o MPF, a construção foi autorizada sem a necessária elaboração de um Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (RIMA).

A retomada das operações no terminal foi autorizada há três semanas. No dia 22 de junho, a desembargadora do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) Sílvia Maria Gonçalves Goraieb cassou a liminar de primeira instância que impedia o funcionamento.

O terminal público para exportação de álcool do Porto de Paranaguá é o primeiro do país e foi inaugurado em outubro de 2007, com custo de R$ 13,7 milhões. Tem sete tanques com capacidade de armazenamento de 35 milhões de litros de álcool. Pelo terminal é embarcado qualquer tipo de álcool, desde carburantes até os usados nas indústrias de bebidas e farmacêutica.

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