Apesar da forte chuva que atingiu a Grande São Paulo nesta quinta-feira (11), o nível dos sistemas Cantareira e Alto Tietê voltou a cair nesta sexta-feira (12). Na quinta, o nível do Cantareira e do Alto Tietê havia permanecido estável depois de 26 e 12 dias consecutivos de queda, respectivamente.
De acordo com a Sabesp, o Cantareira opera com 7,5% de sua capacidade - redução de 0,1 ponto porcentual em relação ao dia anterior. O reservatório fornece água para 6,5 milhões de pessoas e já utiliza a segunda cota do volume morto.
Outro sistema que tem situação crítica é o do Alto Tietê, que abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da Grande São Paulo. O nível do reservatório caiu 0,2 ponto porcentual e opera com 4,2% de sua capacidade.
De acordo com especialistas, o Alto Tietê depende de chuva intensa nas próximas semanas para não entrar em colapso em janeiro, antes mesmo do Cantareira.
A pedido do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a Sabesp já solicitou ao Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo) autorização para o uso do volume morto - água abaixo das bombas de captação.
Nesta quinta, Alckmin anunciou uma nova mudança na pasta responsável por administrar a crise da água - que já havia passado por uma troca de comando oito meses atrás. O atual secretário de Recursos Hídricos, Mauro Arce, que assumiu em abril com a missão de gerenciar a maior crise hídrica do Estado em pelo menos um século, será substituído pelo engenheiro civil Benedito Braga, 67, a partir de janeiro de 2015.
O novo titular da pasta é um defensor de punir, por meios econômicos, o consumo excessivo de água. Na prática, adota discurso ao encontro das últimas declarações de Alckmin - que estuda sobretaxa na conta para punir os chamados "gastões".
Nos demais reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo, o sistema de Rio Claro atende a 1,5 milhão de pessoas e opera com 26,4% de sua capacidade. De quinta para sexta, o sistema caiu 0,7 ponto percentual. O sistema Alto Cotia, que atende a 400 mil pessoas, opera com 29,1% de sua capacidade nesta sexta, queda de 0,1 ponto porcentual em relação ao dia anterior.
Apenas o nível dos sistemas de Guarapiranga e Rio Grande aumentou a sua capacidade: 0,7 e 0,2 ponto porcentual, respectivamente. Na represa Guarapiranga, que atende 4,9 milhões de pessoas, o nível chegou a 32,2% de sua capacidade. Já no Rio Grande, que fornece água para 1,2 milhão de pessoas, o reservatório opera com 62,7% de sua capacidade nesta sexta.
De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura, o fluxo de vento quente e úmido da região amazônica em direção ao leste paulista favorece a formação de nuvens carregadas que provocam chuvas mais generalizadas e duradouras entre esta sexta-feira (12) e o sábado (13). A temperatura máxima prevista para esta sexta é de 28 °C, com a umidade relativa do ar entre 65% e 95%.
Os próximos dias tendem a ser chuvosos e com volumes significativos, inclusive para as regiões onde estão localizados os sistemas de abastecimento de água com crise hídrica. Uma frente fria que se encontra sobre o oceano na altura do litoral sul do país, avança lentamente.