Mesmo com greve deflagrada pelos professores desde o início deste segundo semestre, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) não deve realizar reajustes no calendário letivo da instituição. Até o momento, o Conselho Universitário (Coun) não votou nenhuma medida nesse sentido e a tendência é de que o calendário não seja refeito.
Dessa forma, as aulas que estão interrompidas nos cursos de graduação devem ser repostas conforme as necessidades de cada departamento e de cada curso.
Ainda não há uma previsão para o fim da paralisação. A assessoria de imprensa da universidade confirma que não houve suspensão do calendário. O diretor da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (Apuf-PR), Cláudio Tonigutti, afirma que ainda não há uma definição de como serão procedidas as reposições das aulas. “A questão do calendário compete aos conselhos da universidade”, afirma.
As principais reivindicações dos docentes exigem a reversão nos cortes dos orçamentos e garantia de investimentos. Eles também querem cobrar do Ministério da Educação (MEC) compromissos para a reestruturação da carreira. “Esse ponto é negociável e pode ser realizado ao longo dos anos”, afirma Tonigutti. Na quinta-feira (3), a categoria deve se reunir com membros do MEC para discutir essas questões.
Em greve há três meses, os técnico-administrativos também não tem previsão para decretar o fim da paralisação. A greve atinge, por exemplo, 13 dos 12 campi da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – apenas a unidade de Santa Helena não aderiu ao movimento, segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior do Paraná (Sinditest-PR). Não há um número total de servidores que aderiram à greve.
A paralisação fez com que o Restaurante Universitário (RU) do campus central da UFPR fosse fechado. A universidade disponibiliza ônibus para que os estudantes possam usar os restaurantes de outros campi. Também provoca, de acordo com a assessoria de imprensa da instituição, um andamento mais demorado dos processos burocráticos. “Claro que assuntos mais urgentes, como folha de pagamento, bolsas e pagamento para terceiros são mantidos”, ressalta a assessoria.