Mesmo com greve deflagrada pelos professores desde o início deste segundo semestre, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) não deve realizar reajustes no calendário letivo da instituição. Até o momento, o Conselho Universitário (Coun) não votou nenhuma medida nesse sentido e a tendência é de que o calendário não seja refeito.
Dessa forma, as aulas que estão interrompidas nos cursos de graduação devem ser repostas conforme as necessidades de cada departamento e de cada curso.
Pautas reivindicadas
O Sinditest-PR informa que os servidores requerem um reajuste salarial linear de 27,3% e que a data-base da categoria seja estabelecida para o dia 1.º de maio. Essas reivindicações fazem parte de uma pauta unificada dos servidores públicos federais de todo o país. O governo reapresentou a mesma proposta anterior – aumento de 21,3% parcelados em quatro anos – acrescida de reajustes em benefícios sociais: auxílio-alimentação, auxílio-creche e plano de saúde suplementar.
O diretor do Sinditest-PR José Carlos de Assis afirma que a ideia é continuar pressionado o governo federal para que proposta de reajuste seja revisto. “Vamos continuar cobrando uma nova proposta do governo até que o Orçamento para o ano que vem seja votado”, afirma. O orçamento da União para 2016 deve ser votado na primeira quinzena de setembro.
A pauta local do Sinditest-PR reivindica a consolidação de jornada de 30 horas em turnos contínuos – para manter o atendimento nas unidades ininterruptamente na UFPR. “A gente está negociando com a reitoria esse ponto que ao nosso ver aumentará o tempo de atendimento ao público”, afirma Assis. A UFPR informa que mantém o diálogo aberto para negociar com a categoria.
Ainda não há uma previsão para o fim da paralisação. A assessoria de imprensa da universidade confirma que não houve suspensão do calendário. O diretor da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (Apuf-PR), Cláudio Tonigutti, afirma que ainda não há uma definição de como serão procedidas as reposições das aulas. “A questão do calendário compete aos conselhos da universidade”, afirma.
As principais reivindicações dos docentes exigem a reversão nos cortes dos orçamentos e garantia de investimentos. Eles também querem cobrar do Ministério da Educação (MEC) compromissos para a reestruturação da carreira. “Esse ponto é negociável e pode ser realizado ao longo dos anos”, afirma Tonigutti. Na quinta-feira (3), a categoria deve se reunir com membros do MEC para discutir essas questões.
Em greve há três meses, os técnico-administrativos também não tem previsão para decretar o fim da paralisação. A greve atinge, por exemplo, 13 dos 12 campi da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – apenas a unidade de Santa Helena não aderiu ao movimento, segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior do Paraná (Sinditest-PR). Não há um número total de servidores que aderiram à greve.
A paralisação fez com que o Restaurante Universitário (RU) do campus central da UFPR fosse fechado. A universidade disponibiliza ônibus para que os estudantes possam usar os restaurantes de outros campi. Também provoca, de acordo com a assessoria de imprensa da instituição, um andamento mais demorado dos processos burocráticos. “Claro que assuntos mais urgentes, como folha de pagamento, bolsas e pagamento para terceiros são mantidos”, ressalta a assessoria.
61 Leitos do HC estão fechados por causa da greve
A greve dos servidores técnico-administrativos federais mantém 61 leitos do Hospital de Clínicas (HC) fechados de um total de 250 que estão em uso. A paralisação teve início no dia 29 de maio e dos 1.934 servidores concursados da instituição, 204 estão em greve. As informações foram divulgadas pela assessoria do HC na manhã desta segunda-feira (31).
O Centro Cirúrgico está realizando apenas cirurgias de emergência e os exames eletivos de raio-x foram cancelados. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal está com superlotada com 15 bebês internados. Isso porque dos 20 leitos, 10 estão bloqueados.
Sete leitos de um total de 12 da Unidade Semi-intensiva também permanecem bloqueados. A assessoria do HC ainda informa que quatro dos oito leitos de UTI Cardíaca também estão fechados.
No fim de junho, a Justiça Federal determinou a retomada integral dos serviços nas UTIs do HC. A direção do hospital e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest-PR) negociaram para reabrir gradativamente esses leitos. Com isso, os 14 leitos da UTI Geral Adulto foram reabertos no final de julho. No entanto, outras UTIs permanecem com leitos parados.
“Não foi possível cumprir integralmente a abertura dos outros leitos. Mesmo com o remanejamento de escalas, há uma falta de funcionários no HC que não é culpa exclusiva da greve”, explica o diretor do Sinditest-PR José Carlos de Assis.
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