Após quase 12 horas, a Rodovia do Café (BR-376) na altura do município de Ortigueira, nos Campos Gerais, foi liberada pelos manifestantes. O bloqueio foi feito entre 10h40 e 22 horas no quilômetro 351, no trevo de acesso ao município. De acordo com a concessionário Rodonorte, a estrada foi liberada somente com a chegada da Polícia Militar de Ponta Grossa e Telêmaco Borba e o auxílio da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A desocupação da 376 ocorreu de forma pacífica.
Por volta das 22h15, ainda havia congestionamento na rodovia. Eram nove quilômetros de lentidão no sentido Sul (Ponta Grossa) e 11 quilômetros de congestionamento no sentido Norte (Apucarana) da 376.
Junto com fazendeiros, os indígenas, pela manhã, derrubaram eucaliptos que foram utilizados para bloquear estradas vicinais que passam por dentro de sítios e fazendas, e que poderiam ser uma alternativa para os motoristas.
O protesto foi convocado por um Movimento Ortigueira Livre, que reivindica a isenção da tarifa do pedágio para veículos do município. O grupo contesta que os valores cobrados pela CCR RodoNorte, concessionária que administra a região. Segundo eles, em um trecho de 30 quilômetros, é preciso pagar duas vezes a tarifa, que custa R$ 9.
O movimento foi endossado pelos comerciantes, empresários do agronegócio e população indígena do local. De acordo com fontes da prefeitura, todo o comércio da cidade fechou e o bloqueio da rodovia, que começou com a ajuda de populares, foi capitaneado por cerca de 400 indígenas que ocupam o local. A população indígena apoia o movimento e, além disso, exige que seja construída um redutor de velocidade, uma passarela ou uma trincheira perto de onde a comunidade vive. De acordo com eles, cerca de 30 índios já morreram atropelados na região. A Rodonorte informa que o número citado pelos manifestantes não condiz com a realidade. As estatísticas da concessionária apontam que um óbito ocorreu no local, em 2006.
Havia a possibilidade de fechamento das duas praças de pedágio da região, em Ortigueira e Faxinal, o que não ocorreu nesta quarta-feira.
Desbloqueio
De acordo com a PRF, inicialmente, para não causar grande acúmulo de veículos na rodovia, a cada meia hora os manifestantes liberam as pistas por 15 minutos. No entanto, esse acordo funcionou apenas uma vez. Logo depois da primeira liberação, o grupo de indígenas se juntou ao grupo e a rodovia ficou completamente bloqueada.Uma equipe de reportagem da Gazeta do Povo que esteve no local disse que, por causa do calor, muitos usuários da rodovia que estão no bloqueio passam mal.
A PRF teria proibido que água e mantimentos cheguem até os manifestantes. Os comerciantes que têm seus estabelecimentos perto da rodovia não podem vender nada na fila, apenas nas lojas.
Os comerciantes da cidade afirmam que vão ajudar os índios a manter o bloqueio. "No que depender de mim, vamos ajudar os índios e só estamos esperando para ver quanto eles querem de ajuda em dinheiro", disse Rene Lino Coelho, produtor de gado.
Ainda conforme informou a Rodonorte, o Judiciário de Ortigueira havia expedido uma ordem de reintegração de posse, a pedido da concessionária e em nome da fluidez do trânsito.
RodonorteÀ reportagem, a CCR RodoNorte informou que, na região, há pedágios nos quilômetros 321 e 377, e que os valores cobrados nestas praças estão de acordo com a proposta do programa de concessão feita pelo governo do Paraná em 1997. O preço inclui os custos com as obras - inclusive as de duplicação que estão sendo feitas na rodovia - e com todos os serviços prestados pela concessionária.
A concessionária ressaltou também que a Lei Estadual (15.607/2007), que isentava os veículos pertencentes aos moradores de onde estão localizadas as Praças de Pedágio no Estado do Paraná, foi considerada inconstitucional pela Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, e não cabe mais recurso.
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