São Paulo – Ao som de "Pra não dizer que não falei das flores", do cantor Geraldo Vandré, letra ícone de luta contra a ditadura no Brasil, estudantes e servidores que ocupavam o prédio da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) desde o dia 3 de maio, saíram do local e promoveram uma "limpeza" nas calçadas com baldes de água e uma mangueira.

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Eles decidiram desocupar o local durante assembléia realizada na quinta-feira, com a presença de cerca de 300 alunos. No ato os alunos aprovaram uma contraposta feita pela direção da universidade formulada com base nas reivindicações feitas por eles.

A saída começou no prazo combinado com a direção da universidade, a partir das 16 h de ontem, no entanto só foi concluída por volta das 19h30. Durante esse período houve um impasse entre os servidores, alunos e a Reitoria.

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Os alunos exigiam a assinatura do documento por parte da reitora Suely Vilela e condicionavam a retirada total do prédio somente após verem o Termo de Compromisso assinado. Por outro lado, a reitora só queria assinar o papel quando tivesse a informação de que os alunos tinham desocupado o prédio.

Um grupo de servidores e alunos foi recebido por Vilela no prédio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), local onde a reitora trabalha desde a ocupação do prédio da Reitoria pelos alunos. O gabinete de Suely fica dentro do prédio invadido pelos estudantes.

Devido a isso, teve início a um entra e sai do local que durou até por volta das 19 h. Em meio a idas e vindas, alunos e servidores saíam do prédio carregando colchões, bicicletas, roupas, alimentos e pertences pessoais.

Foi necessária a presença do chefe de gabinete da reitoria, Alberto Carlos Amadio, para avaliar a situação do local e informar, por telefone, a reitora Suely Vilela sobre as condições do prédio. O contato foi feito, mas um novo empecilho foi colocado pelos alunos que insistiam na ocupação: precisavam se reunir para autorizar os demais a assinar o documento em nome da ocupação. Após ser informada a respeito da situação do local, ela assinou o documento e a comissão se dirigiu até a reitoria ocupada. Após verem o documento, cerca de 500 estudantes e servidores que estavam dentro do prédio começaram a sair.