Salvador Terminou, por volta das 16 horas de ontem, a rebelião que os mais de 700 detentos do Presídio de Salvador, no Complexo Penitenciário do Estado da Bahia, no bairro da Mata Escura, na capital baiana, promoviam desde o meio-dia do último domingo.
Segundo informações da assessoria da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado, os detentos abriram mão de cobrar o retorno, à unidade, dos 51 colegas que haviam sido transferidos para a Unidade Especial Disciplinar, de segurança máxima, em 17 de junho, e fizeram uma lista de reivindicações administrativas como menor rigor na vistoria de visitantes e na entrada de alimentação na unidade , que serão estudadas. A formalização do acordo foi feita durante a noite, entre representantes dos presos, da secretaria e do Ministério Público.
Familiares
No início da noite de ontem, quatro ônibus levaram embora os 150 parentes e amigos de presos que acompanharam o motim de dentro do presídio.
Os cinco reféns três agentes penitenciários e dois presos considerados de boa conduta também foram liberados. Um dos presos que estava sendo ameaçado pelos rebelados teve de ser levado ao hospital, por ter passado mal durante a tarde.
No começo da tarde de ontem, os estoques de água e comida do Presídio de Salvador, estavam acabando, o que ajudou a acelerar o fim do motim.
De acordo com o superintendente de Assuntos Penais da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia, coronel Francisco Leite, os detentos tinham entregue uma "pauta enorme" de reivindicações pela manhã. "Pedidos das mais diversas ordens, na maioria dos casos referentes a áreas administrativas", disse.
Transferidos
O recuo do retorno dos 51 presos ao Compleco Penitenciário foi outro fator importante para concluir o impasse. Principalmente de Maurício Vieira da Silva, conhecido como Cabeção, de 32 anos, e Josevaldo Bandeira, o Val, de 30 anos, incluídos entre os transferidos para a Unidade Especial Disciplinar. A transferência foi feita no dia seguinte à fuga de Eberson Souza Santos, conhecido como Piti, de 27 anos, tido como um dos maiores traficantes de drogas da Bahia. Val e Cabeção, apontados pela polícia como parceiros de Piti, são lideranças perigosas dentro do presídio.