Após 8 horas, presos do centro de triagem presídio Hildebrando de Souza, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, encerraram uma rebelião que ocorreu nesta quarta-feira (16). O motim começou por volta das 10h30 e foi encerrado às 18h30, conforme informações repassadas pelo primeiro-tenente da PM Dellalibera, porta-voz do grupo de negociação que chegou a um acordo com os presos. A princípio, ninguém ficou ferido.
Os motivos da rebelião ainda não foram informados pela polícia, mas a cadeia vem sofrendo com a superlotação, o que pode ser uma possível causa. Há cerca de 600 presos num local onde cabem 200.
Os presos fizeram um profissional da área de carceragem de refém. Pouco antes do anúncio oficial do fim da rebelião, ele foi libertado e passou a ser atendido por uma ambulância. O porta-voz da PM informou que ele não sofreu nenhum ferimento físico. Mesmo assim, por precaução, durante toda a ação havia no local ambulâncias do Siate e o caminhão de controle de incêndio do Corpo de Bombeiros no local.
Por volta das 17 horas, os dois presos que faziam o agente como refém aceitaram um acordo para o fim do motim. Entretanto, quando o grupo de choque da Polícia Militar entrou no presídio os detentos voltaram atrás na decisão e resolveram continuar com a rebelião e pedir um celular para se comunicarem com integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) em Curitiba. Depois de conversas, os rebelados abandonaram a ideia de contatar a facção criminosa e aceitaram os termos propostos pelos negociadores.
Dellalibera disse que os detentos da 3ª e da 4ª galeria quebraram uma parede e fizeram a ligação entre a 3ª e a 4ª galerias. Os rebelados das duas galerias então começaram a quebrar uma parede que liga as duas galerias ao setor de triagem, onde começou o motim. Mas durante a tentativa eles chegaram a uma chapa de aço e não conseguiram êxito na tarefa de quebrar a parede.
Durante a negociação, a rua em frente ao presídio foi interditada pela PM. Familiares de presos permaneceram próximos à unidade durante a rebelião. Os detentos também receberam, no meio da tarde, água e comida por parte da polícia.
O comando das negociações foi do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), de Curitiba, sendo que uma das equipes entrou no pátio, no interior do presídio.
Sindicato diz que não há agentes no local
De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), o presídio Hildebrando de Souza não possui agentes penitenciários atuando e o serviço de carceragem é feito apenas por agentes de cadeia, cargo criado pelo governo estadual e que não é representado pelo sindicato. "O Sindarspen acredita que a Seju [Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos] errou ao assumir as delegacias e os cadeiões do estado sem ter pessoal adequado para a função. Com as transferências que vêm ocorrendo o problema de rebelião nestes presídios poderá ser ainda maior", afirmou Antony Johnson, vice-presidente do sindicato.
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