A manhã desta quinta-feira (1°) começou movimentada nas agências do INSS de Curitiba, que retomaram, junto com as demais agências do país, os atendimentos ao público depois de uma greve que começou no dia 7 de julho e só teve seu término definido em 25 de setembro. Entre 6 e 7 horas da manhã, as unidades da região central da capital registraram filas de espera que chegaram a reunir até 50 pessoas, ansiosas para conseguir reaver ou garantir benefícios cujos processos foram suspensos durante a paralisação dos servidores.
De acordo com a Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), a reabertura das unidades ocorre em todo o país. Os servidores voltaram ao trabalho nesta quarta (30), mas usaram o dia para realizar trabalhos internos, como atualização de senhas e sistemas e definição de dinâmicas de trabalho.
Peritos atendem metade dos agendamentos
Representados por um sindicato diferente, os médicos peritos do INSS mantêm a greve iniciada no dia 4 de setembro. Douglas do Lago Westphal, do comando da greve, lamenta que ainda não há uma previsão de retorno, uma vez que o governo federal ainda não se posicionou sobre uma possível reuniu de acordo para discutir as exigências da classe.
“A gente entrou em greve dia 4 de setembro, mas estamos tentando que nos recebam desde maio. Então, a gente não teve outra alternativa”, argumenta.
Na regional de Curitiba, 50% dos médicos peritos estão em greve. Por isso, só a metade das perícias agendadas estão sendo cumpridas.
Segundo a Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP), desde que a paralisação começou 300 mil perícias deixaram de ser feitas, num total de 450 mil que haviam sido agendadas. A reivindicação dos médicos do INSS é reajuste salarial de 27% em no máximo duas parcelas, expansão de vagas para que mais profissionais sejam contratados, e readequação da jornada de trabalho de 40 para 30 horas.
No Paraná, o sindicato que representa os servidores da previdência, Sindprevs, informou que a volta aos trabalhos conta com uma redefinição de equipes. Trabalhadores de agências menores foram transferidos, temporariamente, para unidades de maior demanda.
Embora não tenha sido estabelecido formalmente, um mutirão de servidores deverá ajudar a pôr em dia as pendências geradas pela greve, que começou no dia 7 de julho e foi suspensa na última sexta, quando governo federal e trabalhadores fecharam um acordo. O Sindprevs estima que mais de 200 mil atendimentos tenham deixado de ser feitos. O INSS diz não ter um levantamento sobre os prejuízos causados pela paralisação.
Nelson Malinowski, um dos diretores do sindicato dos servidores no estado, esclarece que, inicialmente, a prioridade é para serviços como licença-maternidade, pensão por morte e aposentadoria de pessoas desempregadas. Ele faz um apelo para que usuários que precisam do INSS procurem antes a central de atendimento da previdência por telefone (135) ou acessem o portal do órgão pela internet.
Em nota, a Previdência Social afirmou que, para os segurados que não foram atendidos durante a paralisação, o INSS considerará no momento da concessão do benefício a data originalmente agendada como a data de entrada do requerimento para calcular os efeitos financeiros.
Apesar de quase três meses fechadas, as agências do INSS em Curitiba não tinham tumultos nesta manhã. Na unidade da Rua XV de Novembro, uma fila de aproximadamente 50 pessoas se formou ainda no fim da madrugada.
Na expectativa de atendimento estava a agente comunitária Paula Carvalho Ferreira, de 33 anos. Por problemas de saúde, ela está afastada do emprego desde 2011 e teve o benefício bloqueado em julho. Por isso, chegou à unidade do INSS no centro de Curitiba às 6h30 desta quinta-feira e se deparou com outras 40 pessoas que já esperavam no local.
“Tinha bastante fila, mas achei que iria ter mais. Mas o que importa agora mesmo é que eu consiga resolver meu problema. Todo esse tempo sem receber fica difícil”, desabafa.
Na agência da Rua Cândido Lopes, também no Centro de Curitiba, o movimento foi intenso no início da manhã. A fila grande fez com que as pessoas fossem “recolhidas” para o interior da unidade em grupos de dez, para não gerar empurra-empurra na distribuição de senhas.
Com atendimento agendado, Sirlei de Pina, de 30 anos, contava os minutos para que fosse recebida. Ela saiu do município metropolitano de Doutor Ulysses e, dessa vez, acredita que vai conseguir resolver o problema – na vez passada, em agosto, por não saber que nem os agendamentos estavam sendo atendidos, encontrou as portas fechadas.
“A situação está complicada. Estou desempregada, porque no interior emprego tá difícil, e quero ver se consigo resolver boa parte hoje”, comenta. Sirlei trouxe o filho de 11 anos para fazer uma perícia médica, que pode garantir a ele, que sofre de problemas psicológicos, uma pensão para auxiliar nas despesas.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora