A assembleia organizada pelos manifestantes contrários à adesão do Hospital de Clínicas (HC) à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh)foi encerrada por volta das 15h30.
Estudantes e Sinditest colocaram em votação duas opções: invadir a Reitoria nesta quinta-feira (28) ou promover uma radicalização na próxima quarta-feira (3 de setembro), durante a reunião do Conselho de Planejamento e Administração (Coplad) da UFPR, a ser realizada no prédio da Reitoria, às 9 horas.
Nesse encontro haverá deliberação sobre a aprovação do contrato de cogestão do HC com a Ebserh. Votaram a favor da ocupação da reitoria 28 participantes, 92 optaram pela radicalização na próxima semana. Parte dos manifestantes dispersou, mas um grande número ainda permanece em vigília pela liberação de Nicolas Pacheco, detido na superintendência da Polícia Federal (PF) desde a manhã desta quinta. Segundo a PF, o estudante será indiciado por constrangimento legal, agressão, resistência e desacato.
O advogado do Sindicato dos dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest), Avanilson Araújo, informou que a detenção de Nicolas é ilegal, e a sub-procuradora da Regional Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), Débora Sombrio, está na superintendência para providenciar a liberação do jovem.
Nicolas é estudante de História da Unioeste, mas veio participar do protesto junto com caravanas de outros lugares.
Adesão detonou violência
Após a retomada da reunião do Conselho Universitário da UFPR (Coun) que resultou na aprovação da adesão do Hospital de Clinícas (HC) a um contrato de cogestão com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) por 31 votos a 9, manifestantes reagiram com violência e tentaram invadir o prédio da Reitoria.
O grupo foi controlado pela Polícia Federal (PF), que utilizou grande quantidade de spray de pimenta, disparou uma bomba de efeito moral e usou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. Muitos ficaram desnorteados e um deles saiu carregado do local. A reportagem da Gazeta do Povo no local constatou que um estudante foi atingido por uma bala de borracha.
Logo após a tentativa de entrar no prédio, por volta das 11h40, manifestantes bloquearam o trânsito no cruzamento entre as ruas Doutor Faivre e Amintas de Barros, usando cadeiras de plástico; entulho, e bancos de madeira e ferro. No alto do carro de som usado no protesto, os manifestantes gritavam ao microfone "Quando tiver revolução, quero ver o Zaki [reitor da UFPR] lá no paredão".
A realização da votação por telefone e videoconferência provocou a indignação dos presentes ao protesto. O Sinditest promete ir à Justiça para cancelar a aprovação da adesão.