O fim das férias mal desponta na esquina e a correria é certa: quem não foi bem na escola durante o primeiro semestre começa a se preocupar em como recuperar o tempo “perdido”. Especialistas em educação, no entanto, dizem que esse não é momento de desespero, mas de organização, a fim de planejar um fim de ano menos atribulado para pais e filhos.
“Mal deixei de me preocupar com a recuperação e agora já tenho de pensar nas estratégias para que ele comece a ir bem na escola. Vou atrás de professor particular e da orientação de uma psicopedagoga para não ficar ainda pior no fim do ano”, diz a comerciante Carina Araújo, mãe de Lucas, de 13 anos, que estuda em um colégio particular da zona sul da capital.
Ela conta que há dois anos o filho começou a ir mal na escola, e o fim das férias passaram a virar um pesadelo “atrás de boas notas”.
Para evitar a correria, ela decidiu adotar algumas medidas já no início do segundo semestre letivo. Com ajuda especializada, Carina disse que pretende criar uma rotina de estudos diária e vai manter o professor particular de Português que já ajudou Lucas durante a recuperação. “Ele não consegue se concentrar quando está sozinho, por isso, acho que a ajuda vai ser fundamental, pelo menos por um tempo.”
Socorro
“Meu filho tem preguiça de estudar” e “não consegue se concentrar” são as duas reclamações que Roberta e Taís Bento mais recebem dos pais. As duas, mãe e filha, são especialistas em Pedagogia e em aprendizagem baseada no funcionamento do cérebro e escreveram o livro Socorro, meu filho não estuda!, que será lançado nesta semana. A edição traz dicas para os pais lidarem melhor com as dificuldades dos filhos.
Para Roberta, há um mito de que essa nova geração de crianças é “multitarefa”, ou seja, de que pode se concentrar em mais de uma coisa ao mesmo tempo. “Isso não é verdade, ele pode até se atentar a mais de uma situação, mas não se aprofunda em nada e não aprende, não assimila o conteúdo.”
Por isso, ela faz recomendações simples, como desligar os equipamentos eletrônicos na hora dos estudos. “Mas não adianta nada se os pais não derem o exemplo. Eles precisam mostrar que na hora do almoço e do jantar, ou quando se está lendo um livro, é o momento de se concentrar e não ficar mexendo no celular”, emenda Taís.
Ritmo
Para que os alunos voltem ao ritmo de aulas, o colégio Renovação, na zona sul da capital, montou um grupo de estudos para as séries do ensino fundamental 2 e médio na última semana de férias.
Em vez de professores, alunos monitores revisam o conteúdo do primeiro semestre com uma lista de exercícios. Mateus Pascoali da Silva, de 12 anos, participou do grupo para relembrar o que aprendeu em Física, disciplina que tem mais dificuldade. “Foi bom para ele retomar esse conteúdo e também para voltar à rotina, com horário para dormir e estudar”, diz a mãe, Andrea Pascoali.
Para a psicopedagoga Edith Rubinstein, a retomada das aulas é o momento ideal para uma mudança de hábitos da família. “A presença e o apoio dos pais é fundamental, eles precisam entender que não há uma fórmula mágica para todas as crianças e que cada uma tem seu tempo e suas particularidades.”
Como estão descansadas das férias, segundo a psicopedagoga, as crianças podem se adaptar mais facilmente à rotina de estudos, em vez de só correr atrás das notas, sem se preocupar com o aprendizado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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