Após o registro de dois assaltos a restaurantes no último fim de semana em Curitiba, representantes da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) e da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) discutiram medidas de combate a essa modalidade de crime nesta segunda-feira (4).
A proposta mais concreta, já discutida em reuniões anteriores, é a de integração dos sistemas de vigilância de bares, casas noturnas e restaurantes ao Centro Integrado de Comando e Controle Regional, o centro de videomonitoramento que a polícia “herdou” da Copa do Mundo.
Assaltos
Um restaurante foi assaltado no Cabral na noite de domingo (3). Três homens chegaram ao local e renderam o porteiro, três funcionários e todos os clientes. Policiais militares foram acionados e perseguiram um dos suspeitos. Houve dois confrontos e o homem acabou morto. Socorristas do Siate prestaram atendimento a dois funcionários baleados, um segurança e um garçom.
Outro assalto ocorreu na noite de sexta-feira (1) em um restaurante localizado no Batel. No estabelecimento estava uma equipe de policiais disfarçados, em busca de foragidos.Três suspeitos foram baleados. Dois deles foram socorridos e levados ao hospital. Um dos feridos morreu na ambulância a caminho do Hospital Evangélico. O quarto suspeito se rendeu e foi detido.
No fim de fevereiro, quatro homens “bem vestidos”, de “cara limpa” (sem usar máscaras) e armados invadiram um restaurante no Juvevê e levaram bolsas, joias e telefones, além de dinheiro dos clientes e do estabelecimento. Durante o assalto, os suspeitos levaram também um carro.
Conforme informações da assessoria de imprensa da Sesp, a integração dos sistemas permitiria que o atendimento a denúncias de assaltos a esses estabelecimentos fosse mais rápido. O acesso imediato às imagens do local ajudaria a localizar a equipe mais próxima e orientar os policiais quanto às características dos suspeitos e a rota de fuga.
Apesar de considerar a medida positiva, o presidente da Abrabar, Fabio Aguayo, afirmou que ela precisaria vir acompanhada da implantação de mais totens da polícia nas ruas da cidade. “No bar, eu consigo monitorar a parte de dentro e a frente do local. O totem pode monitorar toda a rua”, diz.
Aguayo defendeu também que haja um policiamento maior em regiões de polos de gastronomia, o que, segundo ele, se justificaria devido à grande presença de pessoas nesses locais. Segundo a assessoria da Sesp, porém, essa solicitação não deve ser atendida, pois outros estabelecimentos comerciais poderiam pedir policiamento semelhante e a secretaria não teria condições de atender a todos. A pasta destacou ainda que a Polícia Militar tem reforçado a segurança de diversos locais com equipes em motos, cujo deslocamento é mais ágil.
Colaboração
A associação e a secretaria afirmaram que estão dispostas a unir forças para combater os arrastões. Ambas defendem a colaboração de testemunhas e, principalmente, empresários nas investigações. “Precisamos de estatísticas, precisamos que os empresários façam as denúncias e preencham os boletins de ocorrência. Não pode ter medo ou achar que vai cair o movimento por isso”, pede o presidente da Abrabar.
Polícia orienta donos de estabelecimentos
Apesar de cada estabelecimento comercial ter suas peculiaridades, algumas medidas podem ajudar a evitar assaltos como os registrados no fim de semana. O delegado titular da divisão de crime contra a patrimônio, Francisco Caricati, dá algumas dicas:
- Limitar o acesso por meio de portarias e cadastramento de clientes;
- Contratação de serviços de vigilância especializado;
- Posicionar as câmeras para que as imagens possibilitem a identificação de rostos (câmeras distantes e aéreas não são recomendadas);
- Ter uma boa rotina de segurança e cuidar para que terceiros não saibam dela;
- Em caso de assalto, não reagir e, assim que os assaltantes deixarem o local, contatar também a Polícia Civil e preservar o local para perícia.
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