Preocupado com os ataques do crime organizado a três sedes de unidades de polícia pacificadora (UPPs), o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), disse há pouco que teve uma reunião muito "produtiva" com a presidente Dilma Rousseff (PT) e reiterou que solicitou ao Palácio do Planalto o envio de forças federais para conter a onda de violência na região.
O governador chegou a Brasília acompanhado do vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), o secretário de Estado de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, o comandante-geral da Polícia Militar do Rio, coronel José Luís Castro, e o chefe da Polícia Civil fluminense, Fernando Veloso. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, acompanharam as discussões.
"A reunião se deu de maneira muito objetiva: nós solicitamos à presidenta Dilma e ao governo federal o apoio das forças federais no combate ao crime organizado no Rio de Janeiro, que se faz necessário nesse momento em que o crime organizado tenta, com o avanço da política de pacificação, com o avanço dos territórios pacificados, desestabilizar a presença da polícia nessas comunidades com ataques covardes, gerando pânico e o distúrbio nas comunidades e fazendo vítimas entre PMs e entre civis", afirmou Cabral a jornalistas, após a audiência.
De acordo com o governador, os ataques às UPPs já estavam sendo monitorados pelos serviços de inteligência do governo federal e estadual, "com gravações e informações de diálogos entre chefes dessas organizações criminosas".
Reunião na 2ª-feira definirá atuação de tropas
Logo após pedir à presidente Dilma Rousseff o envio de forças federais para ajudar na segurança pública do Rio de Janeiro, em ações de combate ao crime organizado, o governador Sérgio Cabral afirmou nesta sexta, 21, em coletiva de imprensa, que na próxima segunda-feira, 24, haverá uma nova reunião entre autoridades para definir a atuação das forças federais na capital fluminense. A reunião está prevista para ocorrer às 10 horas no Centro Integrado de Comando e Controle, no Rio.
"Na segunda-feira o ministro (da Justiça) José Eduardo Cardozo e o general José Carlos de Nardi (chefe do Estado-maior das Forças Armadas) estarão no Centro Integrado de Comando e Controle para evoluirmos no que hoje avaliamos ser procedimentos importantes, que não posso adiantar às senhoras e aos senhores em função dos estudo preliminares que começar a ser feitos a partir desse momento pelo governo federal e pelo governo estadual", afirmou Cabral.
De acordo com o governador, o objetivo dessa reunião é "avançar e, quem sabe, já materializar à sociedade do Rio de Janeiro, a sociedade brasileira, o que faremos em conjunto".
"O fato é que faremos das forças federais o apoio que nunca nos faltou. A presidente Dilma nunca nos faltou com seu apoio, com a sua solidariedade em todos os momentos do nosso governo. Então é mais uma hora de prova dessa solidariedade do governo federal, da presidente Dilma com o governo do Estado do Rio de Janeiro, do setor tão importante da segurança pública, que nós evoluímos tanto nesses últimos anos", comentou o governador.
Na avaliação de Cabral, este é um momento em que a marginalidade tenta reocupar territórios e desmoralizar a polícia e o Estado. "O Estado tem de se mostrar forte, unido, capaz de debelar o crime organizado. Essa é a ideia, o sentimento, que permeou toda a reunião entre nós e o governo federal", disse o governador.
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