Os índios caingangues que bloqueavam a BR-373 desde sábado (18) deixaram a estrada na noite desta terça-feira (21). A retirada só foi possível após um encontro entre a Procuradoria da União, a Fundação Nacional do Índio e os caingangues, em Pato Branco, no Sudoeste do estado.
Segundo o acordo, o Conselho Nacional Indígena e a Procuradoria decidirão o desfecho do conflito. Os ânimos, porém, podem ficar exaltados na Reserva de Mangueirinha caso a decisão não agrade aos grupos de índios. Isto porque a interdição da rodovia foi feita como uma tentativa para que a Funai o reconhecimento de Vilson Ademir Palhiano como cacique de duas das cinco tribos que compõem a reserva.
O restante da comunidade não aceita a eleição e reconhece apenas Valdir Kokoj dos Santos como cacique. O próprio Santos afirmou que aguardará até sexta-feira (24) um posicionamento dos órgãos e, caso a questão não seja resolvida, a própria comunidade solucionará, podendo haver o confronto entre os caingaingues.
Os índios estão divididos desde março do ano passado, quando cerca de 25 famílias se envolveram com a extração ilegal de madeira, dentro da reserva. A comunidade descobriu e levou o caso aos órgãos federais, mas até agora, segundo o cacique Santos, não houve providências.
A Polícia Federal de Guarapuava afirmou que o caso vem sendo investigado e tenta identificar os compradores da madeira. As famílias que estão na rodovia são oriundos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul e estão na reserva, segundo Santos, há 20 anos.
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