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A tragédia que deixou 24 mortos em Blumenau vai demorar para ser esquecida. O geólogo Juares Aumond, professor da Universidade Regional de Blumenau, compara o acontecido a um corpo humano submetido a traumas. "Não se pode dizer que a topografia da região foi alterada. Ela ficará, isso sim, com maior número de cicatrizes", explicou. De acordo com o secretário municipal de Planejamento Urbano, Walfredo Ballistieri, está em andamento um estudo para rever o código de zoneamento do município, prevendo mais áreas de impermeabilidade e a verticalização do crescimento urbano. "É preciso repensar a ocupação dos espaços", disse.

O geólogo Aumond concorda. Segundo ele, o fenômeno é natural e pode se repetir no futuro. O impossível é saber quando. "Pode ser daqui a um ano ou daqui a uma década, mas é provável que se repita", alertou. Ele atribui o risco às características do relevo na região, com montanhas e encostas íngremes, e do solo que recobre as formações rochosas, bastante espesso e suscetível a desmoronamentos. Por isso, ressalta o geólogo, é indispensável que o poder público organize a ocupação urbana do município, evitando que as pessoas se instalem em áreas de risco.

Sobre o nível de instabilidade do solo blumenauense, o secretário Ballistieri adianta que qualquer avaliação mais precisa só poderá ser feita com uma semana de sol. "Laudos feitos agora poderiam ser mascarados e levar a decisões incorretas", afirmou. É preciso esperar que a terra seque totalmente, pois, quando isso acontecer, novos movimentos geológicos podem ocorrer, levando ao surgimento de rachaduras.

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