Um grupo de ambulantes protesta desde a madrugada desta quinta-feira (22) na região do Brás, no centro da cidade, contra a decisão da gestão Fernando Haddad (PT) de realocá-los em feiras.
Por volta das 3h30, os ambulantes foram impedidos pela GCM (Guarda Civil Metropolitana) de montar suas barracas no Brás. Parte deles chegou a entrar em confronto com os guardas entre as ruas Alexandrino Pedroso e Tiers, e a avenida Vautier.
Para contê-los, a GCM usou bomba de gás lacrimogêneo e bala de borracha. A Polícia Militar também foi acionada para ajudar na segurança do local. Os ambulantes afirmam que só querem um pedaço da rua para poder trabalhar. “Quando estamos próximos do Natal sempre acontece isso”, disse um dos camelôs, que não quis se identificar.
Após o confronto, parte dos ambulantes chegaram a impedir a abertura de algumas lojas da região. Por volta das 9h, o clima já estava mais tranquilo e alguns lojistas já conseguiam abrir suas portas.
Lojistas do Brás, que não quiseram se identificar por medo de represálias, disseram que houve um crescimento no número de ambulantes desde que Haddad assumiu a prefeitura. Segundo eles, com a diminuição do número de policiais e da fiscalização, houve o retorno dos camelôs, principalmente, de imigrantes haitianos, senegaleses e bolivianos, que estão a mais tempo.
A reclamação dos lojistas coincide com a redução de policiais da chamada Operação Delegada -o bico oficial pago pela prefeitura no qual PMs atuam no combate aos comerciantes ilegais. A operação foi criada na gestão Gilberto Kassab (PSD), que tinha como bandeira o combate ao comércio ilegal e à pirataria. Sob Fernando Haddad, porém, houve um esvaziamento da ação.
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