Os vendedores ambulantes irregulares do Brás, no centro de São Paulo, poderão continuar a realizar passeatas pelas ruas da região. A decisão foi tomada durante negociação entre a Polícia Militar e o diretor do Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo, Leandro Dantas, na manhã desta quinta-feira. Segundo o tenente coronel Benjamin Francisco Neto, ficou acertado durante a reunião que as passeatas dos camelôs podem ocorrer desde que o grupo mantenha uma das faixas da Rua Oriente liberada ao tráfego. Os camelôs devem seguir agora de manhã para a Avenida Celso Garcia.
Mais cedo, a PM chegou a usar bomba de efeito moral para dispersar os manifestantes, que já haviam tomado a Rua Oriente e soltavam rojões ao mesmo tempo em que caminhavam pela via.
Os protestos dos ambulantes começaram na madrugada de segunda-feira como reação ao endurecimento das operações da Polícia Militar no entorno do pátio do Pari, onde milhares de visitantes de outras cidades e Estados compram diariamente tecidos e outros produtos. PMs trabalham desde maio no local, combatendo o comércio irregular na chamada "Operação Delegada" e para isso recebem uma remuneração da prefeitura.
O efetivo de policiais militares neste terceiro dia de protestos dos ambulantes está bem maior que os dias anteriores. Segundo o tenente, a região conta com 850 homens. De acordo com a PM, o número de manifestantes também aumentou, chegando a cerca de 1.200 pessoas.