Chico Buarque durante ato do “Manifesto Cultura pela Democracia” contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff| Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil / Arquivo
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O cantor e compositor Chico Buarque não vai mais cantar a música “Com Açúcar, Com Afeto”, de sua autoria, por causa das críticas do movimento feminista. A informação foi publicada pelo jornal Metrópole, mas teria sido revelada inicialmente por Buarque na série documental “O canto de Nara Leão”, dirigida por Renato Terra e exibida na Globoplay.

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A composição foi encomendada por Nara Leão, em 1967, que queria cantar sobre os sofrimentos das mulheres. Para o movimento feminista, porém, a canção coloca a mulher em uma condição subalterna.

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Com Açúcar, Com Afeto, de Chico Buarque

Fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa
Qual o quê
Com seu terno mais bonito
Você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa
Você diz que é um operário
Sai em busca do salário
Pra poder me sustentar
Qual o quê
No caminho da oficina
Há um bar em cada esquina
Pra você comemorar
Sei lá o quê
Sei que alguém vai sentar junto
Você vai puxar assunto
Discutindo futebol
E ficar olhando as saias
De quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol
Vem a noite e mais um copo
Sei que alegre ma non troppo
Você vai querer cantar
Na caixinha um novo amigo
Vai bater um samba antigo
Pra você rememorar
Quando a noite enfim lhe cansa
Você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão
Qual o quê
Diz pra eu não ficar sentida
Diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração
E ao lhe ver assim cansado
Maltrapilho e maltratado
Como vou me aborrecer?
Qual o quê
Logo vou esquentar seu prato
Dou um beijo em seu retrato
E abro os meus braços pra você