Irineu Colombo retomou o cargo de reitor do Instituto Federal do Paraná (IFPR) após a suspensão, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), da liminar expedida pela primeira instância da Justiça Federal de Curitiba que o afastava da função. Colombo estava afastado desde o último dia 02 de maio devido à ação impetrada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica, Técnica e Tecnológica do Estado do Paraná (Sindiedutec), que pedia a convocação de novas eleições para o cargo, uma vez que o mandato do reitor teria se encerrado em maio de 2014.
Procurado pela reportagem, o Instituto Federal do Paraná disse que só vai se manifestar por meio de nota. No site da instituição, uma nota informa sobre a decisão do TRF4 e diz que a Procuradoria Federal junto ao IFPR vai continuar acompanhando o processo até o final da decisão.
O relator da decisão, desembargador federal Cândido Alfredo Silva Leal Junior, disse no agravo de instrumento que não via motivo para o afastamento do reitor até que os fatos apresentados contra sua permanência no cargo fossem suficientemente esclarecidos. Por isso, ele irá seguir na função até a decisão final do processo.
O Sindiedutec alega que, após eleito, Colombo deveria permanecer no cargo até o final do mandato do antigo reitor, Alípio Santos Leal Neto, de quem ocupa a função, de acordo com o Decreto nº 6986/2009. Neto se licenciou da função em 2011, e seu mandato se encerraria no último dia 31 de maio. Chegado o prazo para a convocação das novas eleições, Colombo teria se recusado a convocar novo pleito, segundo informações do sindicato.
O outro lado
O Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica, Técnica e Tecnológica do Estado do Paraná (Sindiedutec) recebeu com tranquilidade a decisão do TRF4, pois entende que o desembargador solicita mais um tempo para a análise da questão.
Para a entidade, que representa os professores e técnicos administrativos do IFPR, o que está sendo questionado são os interesses do reitor no apego pelo cargo, que terminou no fim de maio, o que traz prejuízos à comunidade. "Ele foi eleito de forma legítima, e nós defendemos o seu mandato até o último segundo de sua vigência. A melhor alternativa seria negociar novas eleições, mas ele não está disposto a deixar o cargo. Isso gera insegurança, dúvidas e descrédito, o que não é bom para a comunidade e para a instituição", diz o presidente do Sindiedutec Nilton Brandão.
Irineu Mário Colombo chegou a ficar afastado por cinco meses do cargo de reitor do IFPR durante as investigações da Operação Sinapse, da Polícia Federal (PF), em agosto de 2013. Ele voltou a ocupar o cargo no início de fevereiro de 2014.