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Litoral do PR

Após desembarque em Paranaguá, nigerianos são ouvidos por juíza

Os nove nigerianos clandestinos que estavam presos em um navio de bandeira turca desembarcaram em Paranaguá, no litoral do Paraná, nesta sexta-feira (30), por volta do meio-dia. A Justiça Federal concedeu habeas corpus na quinta-feira (29) ao grupo e eles receberam autorização para deixar a embarcação. Também nesta sexta, eles foram ouvidos pela juíza Gabriela Hardt.

Os nove imigrantes estão sob responsabilidade da agência marítima Brazilian Por Agents Agenciamentos Marítimos. O desembarque estava previsto para as 9 horas, mas houve atraso de aproximadamente 3 horas. Segundo a agência, os clandestinos deixaram o Porto de Paranaguá por volta das 12h10 e foram levados para um hotel da cidade.

O grupo havia sido impedido pela Polícia Federal de desembarcar em solo brasileiro. Eles estavam presos em alto-mar no navio desde 19 de setembro, na entrada da Baía de Paranaguá.

A decisão da Justiça Federal foi em caráter liminar e com antecipação de tutela. No encontro com a juíza, os nove confirmaram a vontade de ficar no Brasil. Eles dizem que vieram para o Brasil depois que as famílias foram mortas na Nigéria por causa de conflitos religiosos. Temendo não conseguirem trabalho no país natal, os nigerianos resolveram embarcar para o Brasil.

De acordo com a juíza, uma ata da reunião vai ser enviada à Polícia Federal, expressando o desejo dos nigerianos de ficar no país. A PF vai fazer um relatório e enviar ao CONARE – Comitê Nacional de Refugiados, órgão que faz parte do Ministério da Justiça.

Ainda de acordo com a juíza, no momento que a Polícia Federal enviar o pedido, eles recebem um protocolo, que vai garantir a liberdade provisória até sair a decisão judicial. O parecer pode ser de asilo político ou de extradição. Caso a decisão seja por extradição, a custas serão pagas pelo armador.

Os nigerianos devem permanecer em regime de liberdade vigiada até que seja decidido o futuro deles no Brasil. O regime de liberdade vigiada é utilizado para estrangeiros em situação irregular, que não oferecem riscos ao país. O objetivo é, de acordo com a decisão, tanto preservar a segurança dos nigerianos quanto controlá-los em território nacional.

O pedido de habeas corpus foi impetrado pela Comissão de Direitos Humanos da OAB. Na quarta-feira (28), entidades dos direitos humanos, organizações não governamentais e grupos ligados à educação receberam autorização para entrar no navio e visitar o grupo.

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