Rafael Vianna: delegado recém-formado cuidará de delegacia| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Um dia depois da operação que resultou na prisão de 16 pessoas acusadas dos crimes de concussão, corrupção passiva e formação de quadrilha na delegacia de Alto Maracanã, em Colombo, um delegado recém-saído da Escola de Polícia Civil foi designado ontem para o local. Acompanhado do delegado-geral da Polícia Civil, Jorge Azôr Pinto, o delegado Rafael Vianna, 26 anos, assumiu o posto de titular do Alto Maracanã, um dos locais mais violentos da região metropolitana de Curitiba.

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Azôr disse que a equipe da delegacia será recomposta, mas não precisou a data nem o número de policiais. "Faremos o suficiente para recompor a delegacia. Em poucos dias, acredito que a situação estará normalizada", afirmou. Segundo relatório da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paraná, em julho do ano passado a delegacia tinha, além do delegado e do superintendente, dois escrivães e nove investigadores. Sete investigadores foram presos.

Dos 38 presos do local, dez foram transferidos ontem pela manhã para o Centro de Triagem 2, em Piraquara (o relatório da OAB indica que a carceragem da delegacia tem espaço para oito detentos). De acordo com Azôr, a ideia é não deixar nenhum preso na delegacia. Isso dependerá da instalação de mais 61 celas modulares de concreto no Centro de Triagem II, em Piraquara, o que poderá acontecer até abril.

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Depois de mais de dois meses fora da cela, quem voltou na terça-feira para uma espécie de "cela especial" na delegacia do Alto Maracanã foi Clodomiro Alves Ferreira, 59 anos. Ele era o "preso de confiança" da equipe de policiais acusada de corrupção. "Vim para cá no dia 6 de dezembro, mas fiquei só 19 dias preso. Depois, tomei conta da limpeza", disse. A investigação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná, que levou à operação de terça-feira, mostrou que havia outras "relações estranhas" na delegacia. Quatro acusados eram membros do Conselho Comunitário de Segurança do Alto Maracanã. Um deles, Isaías de Oliveira, chegou a presidir o conselho.

Os quatro foram classificados pela Sesp como "agentes de apoio" ou simplesmente "pessoas ligadas ao grupo." Jorge Azôr Pinto negou que existam "agentes de segurança" nas delegacias do Paraná.

Ciranda

A Secretaria de Estado da Segurança Pública anunciou 115 trocas e reposições de delegados em todo Paraná. São 55 novos delegados designados para assumir as delegacias de cidades do interior, de Curitiba e da região metropolitana.

Os delegados se formaram na Escola de Polícia na semana passada. Além deles, assumem 91 escrivães, 98 investigadores e 28 papiloscopistas, também recém-formados. Segundo a secretaria, a troca de equipes nas cidades é muito importante para "oxigenar o trabalho da polícia".

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